À medida que o Natal se aproxima, muitas famílias brasileiras sentem no bolso o impacto de uma ceia mais cara. Levantamentos recentes mostram que produtos tradicionais dessa época têm registrado alta acima da inflação geral, pressionando o orçamento e explicando por que as compras natalinas pesam mais no fim do ano.
Dados da Fecomércio-SP indicam que, no acumulado de 12 meses até novembro, itens típicos da ceia natalina como batata-inglesa, azeite e arroz tiveram variações de preço superiores à inflação geral do país, medida pelo IPCA, que ficou em cerca de 4,77% no período. Em algumas regiões, a alta desses alimentos chegou a 12%, bem acima da média de preços para o conjunto de produtos e serviços.
Alguns dos maiores aumentos foram observados em produtos que se tornaram quase símbolos do Natal brasileiro: a batata-inglesa teve alta de 30,82% em um ano, seguido pelo azeite de oliva com quase 29%, segundo a pesquisa. Esses itens compõem boa parte do cardápio da ceia e, por serem sensíveis a fatores de oferta e demanda, puxaram a inflação do setor para cima.

Especialistas apontam duas razões principais para esse fenômeno. Primeiro, a sazonalidade na demanda: alimentos associados às festas de fim de ano são comprados em maior volume nesse período, o que pode elevar seus preços quando há pressão extra do consumo familiar no varejo. Segundo, fatores de oferta, como condições climáticas desfavoráveis que afetam safras, também pressionam o custo de produção e transporte desses produtos.
No caso de carnes e proteínas, por exemplo, as variações podem refletir conjunturas específicas do setor, como custos mais elevados de insumos e mudanças na disponibilidade de oferta, que tendem a se refletir nos valores pagos pelo consumidor.
Comparados aos alimentos típicos de Natal, outros itens da cesta de consumo, como produtos não sazonais ou serviços, tiveram alta menos expressiva ou alinhada à inflação geral, segundo a Fecomercio. Isso ajuda a explicar por que muitos brasileiros relatam que a ceia natalina pesa mais no orçamento do que compras feitas em outras épocas do ano.
Com o cenário atual de preços mais altos, famílias têm buscado alternativas como compra antecipada, pesquisa de preços e substituições por produtos mais em conta para tentar aliviar o impacto no orçamento familiar.
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