Mulheres negras lideram índices de violências nos transportes públicos e nas ruas 

photo-1695112956255-8878a4443236.jpg

Dados da Casa Fluminense e ONG Criola revelam o ciclo da violência contra as mulheres negras 

Seja em casa, no trabalho, no transporte público ou na rua, a mulher negra enfrenta um ciclo contínuo de insegurança. De acordo com o relatório De Olho no Transporte, da Casa Fluminense, e os dados da ONG Criola, fica evidente que, na violência sexual e de gênero a mulher negra sempre aparece no topo das estatisticas.

Enquanto o relatório “De Olho no Transporte” revela que as mulheres enfrentam diariamente importunação sexual no transporte público, somada à precaridade do sistema com tarifas altas, longos percursos para chegar ao destino final, calor extremo e engarrafamento. A ONG Criola complementa esses dados revelando que 31% dos homicídios de mulheres negras acontecem na via pública. 

No Brasil são as mulheres que mais utilizam o transporte público representando cerca de 74,6%. Fonte: Unsplash

O transporte público é, para a maioria das pessoas, a única opção possível de locomoção e dependem dele para praticamente todo tipo de deslocamento. Sendo este mesmo transporte a porta de entrada para a garantia de outros direitos essenciais. 

Ambiente hostil

As mulheres, grupo majoritário do Brasil segundo o Censo do IBGE 2022, são as principais vítimas desses tipos de situações dentro do transporte público, cerca de 94% dos casos, de acordo com o relatório da Casa Fluminense, sendo que a maioria são mulheres negras (55,9%).

Entre o ano de 2023 até maio deste ano, cerca de 23% dos casos de importunação sexual no transporte público na região metropolitana do Rio de Janeiro aconteceram com menores de idade, junto com as estudantes, que representam 29,3%.

Ainda de acordo com o estudo, superlotação, anonimato, ausência de fiscalização contribuem para formar um ambiente hostil para as mulheres. 51% dos casos de importunação acontecem em horário de pico, 69,5% no interior do ônibus.

Leia também: Número de brasileiras vítimas de violência no exterior aumenta, aponta pesquisa

Maria Eugênia Melo

Maria Eugênia Melo

Nortista, de Palmas capital do Tocantins. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins.

Deixe uma resposta

scroll to top