A cidade de São Paulo, entre os meses de fevereiro e abril de 2021, conforme levantamento da Agência Mural, vacinou três vezes mais pessoas brancas, com idade entre 98 a 68 anos, em comparação com idosos negros da mesma faixa etária
Um levantamento realizado pela Agência Mural, em parceria com a Log Data, mostra que, na cidade de São Paulo (SP) 64,6% são brancos, enquanto o percentual de idoso negros vacinados está em 20,5%. Os dados levantados pela Agência mostram que moradores brancos, de 67 anos ou mais, que já foram vacinados até o momento, correspondem a três vezes mais que pessoas pretas da mesma idade, podendo essa diferença ser ainda maior, uma vez que, no momento da vacinação não é obrigatória relatar a informação da raça/cor do vacinado e, com isso, 57% dos idosos não possuem esse dado, de acordo com o levantamento.
Segundo a Agência, a prefeitura de São Paulo está ciente dessas taxas, no entanto, não foi executada nenhuma ação para alterar os dados. Ainda de acordo com o levantamento, esta falta de ação “perpetua o racismo estrutural presente no estado e a necropolítica, já que sem a vacinação o risco de morte de idosos é alto por estarem dentro do grupo de risco da COVID-19”. Diz o relatório. Atualmente, o Estado de São Paulo contabiliza 24.216 óbitos pelo vírus, conforme última atualização da Secretaria Estadual da Saúde.
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A vacinação na capital paulista começou em janeiro deste ano, atendendo prioritariamente profissionais da saúde que trabalham na linha de frente do combate à pandemia e, em fevereiro, foi a vez dos idosos com mais de 90 anos. Atualmente, os idosos com 67 anos estão sendo vacinados pela prefeitura.
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