Os casos de mulheres brasileiras vítimas de violência no exterior aumentaram cerca de 4,8% entre os anos de 2023 e 2024, segundo uma pesquisa realizada pelo Observatório da Mulher contra a Violência, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). As embaixadas e os consulados no Brasil registraram 1631 casos de violência doméstica e de gênero, em relação a 2023 que teve 1556 casos.
Os dados traçam um panorama do ano de 2024 e foram coletados em 183 repartições oficiais do Brasil no exterior incluindo embaixadas que oferecem serviços consulares, consulados-gerais e consulados, vice-consulados e escritórios. Calcula-se que mais de 2.5 milhões de mulheres brasileiras residam fora do país.

O diagnóstico faz parte do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), do Senado Federal, plataforma que reúne diferentes bases de dados para mapear a violência contra as mulheres. A plataforma também conta com a parceria do Instituto Natura e a Associação Gênero e Número.
Países com mais casos
De acordo com o mapeamento, os três países que mais têm casos de violência são: Estados Unidos (397), Bolívia (258) e Itália (153). Porém, o aumento desses registros não indica necessariamente o crescimento da violência, mas um indicativo de melhorias nos serviços de acolhimento e atendimentos oferecidos, incentivando mais mulheres a procurar ajuda junto ao governo brasileiro.
Vitória Régia da Silva, diretora da organização Gênero e Números, considera que esse aumento de 4,8% indica mais acessos aos serviços qualificados. “A gente dá um passo crucial para tornar visível o que sempre esteve invisível: o sofrimento de milhares de mulheres brasileiras” , afirma.
O mapa também revelou dados de outra forma de violação dos direitos humanos; a subtração de menores de idade. A prática envolve a retirada de menores de idade de quem tem a guarda legal e atinge principalmente as brasileiras que enfrentam processos de disputa de guarda fora do Brasil. Em 2024 foram registrados 71 casos de subtração de menores de idade, uma redução de 26% em relação a 2023. Este tipo de violência vicária traz danos irreversíveis tanto para as mães quanto para os filhos, sofrimento psicológico, rompimento afetivo, insegurança, manipulação afetiva, entre outros.
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