O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, deverá seguir uma série de restrições após cumprir sua pena de 50 meses de prisão por duas acusações de transporte para prostituição. A decisão foi anunciada pelo juiz distrital Arun Subramanian, que também aplicou uma multa de US$ 500 mil, o valor máximo previsto para o caso, considerando os “imensos recursos” financeiros do artista.
A sentença e as condições de liberdade supervisionada reforçam o peso das acusações que recaem sobre o artista e marcam uma virada drástica em sua trajetória, antes associada a luxo, sucesso e influência cultural. Diddy foi um dos principais responsáveis por consolidar o hip-hop no mainstream, fundando a gravadora Bad Boy Records e impulsionando carreiras como a de The Notorious B.I.G. e Mary J. Blige. Ao longo de décadas, construiu um império que se estendeu para o mundo da moda, dos cosméticos e das bebidas, tornando-se um símbolo do empreendedorismo negro nos Estados Unidos.
Mas, à medida que sua fortuna e fama cresciam, também se acumulavam denúncias de comportamento abusivo e de práticas ilícitas. As investigações e processos recentes culminaram em sua condenação, encerrando uma era de glamour e abrindo uma fase de vigilância judicial.
De acordo com a sentença, Diddy deverá cumprir cinco anos de liberdade supervisionada após deixar a prisão. Entre as condições impostas, está a proibição de contato com as vítimas, a obrigação de participar de programas de tratamento para abuso de drogas e saúde mental, além de cursos voltados à violência doméstica. O artista também será obrigado a seguir medicações prescritas e está proibido de portar ou ter acesso a armas de fogo. Segundo informações do TMZ, o magnata da música poderá ser submetido a busca e monitoramentos durante todo o período de supervisão.
O juiz Subramanian também impôs uma multa de US$ 500 mil, o valor máximo previsto para o caso. Ele destacou que a penalidade levou em conta os “imensos recursos” de Combs, usados, segundo o magistrado, para sustentar atividades criminosas e dificultar as investigações.

Queda de um império
A trajetória judicial de Sean Combs começou a se agravar em setembro de 2024, quando foi preso em Nova York, no hotel Park Hyatt, durante o andamento de uma investigação de tráfico sexual conduzida pela Agência de Investigações de Segurança Interna (HSI). No mesmo período, as autoridades realizaram buscas em suas residências em Los Angeles e Miami.
As investigações tiveram início após a apresentação de dez processos civis, nove deles por agressão sexual. O caso ganhou ampla repercussão internacional quando a CNN divulgou imagens de segurança de 2016 que mostravam Diddy agredindo sua ex-namorada, a cantora Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, em um hotel de Los Angeles. Embora o rapper tenha negado as acusações, ele publicou um vídeo pedindo desculpas pelo episódio.
O promotor responsável pelo caso descreveu o comportamento de Diddy como “abusivo e transformador” para as vítimas, enquanto a defesa alegou que o músico sofre de transtorno de estresse pós-traumático e pediu uma pena mais branda, de 14 meses — o que foi rejeitado pela Justiça.
Considerado um dos empresários mais bem-sucedidos da indústria musical americana, Diddy construiu uma carreira multimilionária desde os anos 1990, com empreendimentos que incluíam gravadoras, marcas de roupas e bebidas. No entanto, as denúncias de agressão e tráfico sexual abalaram sua reputação e levaram à suspensão de contratos comerciais e ao rompimento de parcerias com grandes empresas.
Agora, o artista deverá cumprir as exigências impostas pela Justiça americana sob supervisão rigorosa, enquanto tenta reconstruir sua imagem após um dos escândalos mais marcantes do entretenimento recente.
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