EUA colocam Brasil e África do Sul em lista de observação de tráfico humano

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Tráfico humano (imagem ilustrativa) — Foto: Unsplash

O Departamento de Estado dos Estados Unidos incluiu, nesta segunda-feira (29), o Brasil e a África do Sul em sua lista de observação de tráfico humano. O documento alega que ambos os países falharam em demonstrar avanços suficientes no combate a esse tipo de crime, mesmo diante de esforços pontuais.

A decisão integra o relatório anual Trafficking in Persons (Tráfico de Pessoas), que monitora o trabalho de governos no enfrentamento ao trabalho forçado, ao tráfico sexual e a outras formas de escravidão moderna. Neste ano, a publicação ocorreu com quase três meses de atraso em relação ao prazo original, após mudanças significativas no quadro de funcionários do setor responsável pela elaboração do levantamento.

Tráfico humano (imagem ilustrativa) — Foto: Unsplash

De acordo com o relatório, Brasil e África do Sul foram movidos para a “Lista de Observação do Nível 2”. Essa classificação significa que os países precisam apresentar resultados mais consistentes ou correm o risco de sofrer sanções dos Estados Unidos.

No caso brasileiro, o documento afirma que houve redução no número de investigações, processos judiciais e condenações iniciais relacionadas ao tráfico humano em comparação a anos anteriores. O relatório também destacou que as ações de identificação de vítimas e medidas de proteção avançaram em ritmo considerado insuficiente.

Em relação à África do Sul, o Departamento de Estado reconheceu a criação da primeira força-tarefa subprovincial voltada ao tema e a condenação de novos traficantes. Porém, segundo a publicação, o país identificou menos vítimas, investigou menos casos e abriu menos processos do que em períodos anteriores.

A divulgação acontece em meio a tensões diplomáticas. O presidente Donald Trump já havia imposto tarifas ao Brasil e adotado restrições de visto e sanções financeiras após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em relação à África do Sul, o republicano acusou o país, sem apresentar provas, de perseguir a população branca e chegou a lançar um programa de refúgio para sul-africanos brancos.

O secretário de Estado, Marco Rubio, classificou o tráfico humano como um crime devastador que enriquece organizações criminosas transnacionais, sem comentar especificamente a situação dos dois países. Já parlamentares democratas expressaram preocupação com a forma como o relatório foi produzido, após a redução de 71% do quadro de funcionários responsáveis pela sua elaboração.

O relatório Trafficking in Persons é uma das principais ferramentas de pressão diplomática dos EUA e serve de referência para políticas internacionais contra o tráfico humano.

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