Conferência Nacional de Mulheres retorna após 10 anos e Lula diz que “o futuro é feminino”

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Depois de quase uma década sem ser realizada, a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres começou nesta segunda-feira (29) em Brasília. O encontro, que vai até quarta-feira (1º), reúne mais de 4 mil participantes para discutir propostas sobre igualdade de gênero. A abertura contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja.

Durante a cerimônia, Lula disse que a retomada do evento simboliza resistência diante do que chamou de retrocessos. “Dez anos de repetida tentativa de calar a voz das mulheres, de institucionalizar o silêncio que elas enfrentam todos os dias em casa, no trabalho, em todos os ambientes”, afirmou. Para ele, as conferências são fundamentais para o funcionamento da democracia, porque permitem propor e fiscalizar políticas públicas.

O discurso também teve tom pessoal. Lula lembrou da mãe, Dona Lindu, que criou oito filhos sozinha após enfrentar violência doméstica. “Foi com esse exemplo que ao assumir a presidência em 2003 decidi criar pela primeira vez na história uma secretaria dedicada a políticas públicas para as mulheres”, disse. Ele ainda citou mulheres importantes para sua trajetória, entre elas suas ex-esposas Lourdes e Marisa Letícia. “Quando eu perdi a Marisa, eu achei que meu mundo tinha acabado”, relatou, acrescentando que hoje vive feliz ao lado de Janja.

Durante a cerimônia, Lula disse que a retomada do evento simboliza resistência diante do que chamou de retrocessos – Foto: Ricardo Stuckert/PR.

Homenagens a figuras femininas da história e da cultura brasileira também estiveram no pronunciamento. O presidente mencionou Carolina Maria de Jesus, Lélia González, a jogadora Marta, a ex-prefeita Marta Suplicy e a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. “Marielle vive entre nós”, declarou.

Além do simbolismo político, a conferência serviu de palco para anúncios. Lula assinou um projeto de lei que altera a contagem da licença-maternidade, que passará a valer a partir da alta hospitalar da mãe e do bebê. Também sancionou a Lei nº 853/2019, que cria a Semana Nacional de Conscientização sobre os cuidados com gestantes e mães, com foco nos “primeiros mil dias” da criança.

Nos três dias de evento, serão 15 mesas de discussão sobre saúde, educação, mercado de trabalho, empreendedorismo, direitos sexuais e reprodutivos, além do combate à violência de gênero. As propostas devem compor um documento final a ser encaminhado ao Executivo.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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