Xania Monet, cantora desenvolvida por inteligência artificial, assinou contrato de R$ 15 milhões com a gravadora Hallwood Media. A criadora da personagem é a compositora estadunidense Telisha Jones, que utilizou a plataforma Suno para dar vida ao projeto.
Em agosto, Xania lançou seu primeiro álbum, Unfolded. Uma das músicas, How Was I Supposed to Know, já ultrapassou 5 milhões de reproduções somando YouTube e Spotify. Nesse processo, Jones escreve as letras e a inteligência artificial transforma o material em canções finalizadas.
O estilo da artista segue o R&B, com influências que remetem a nomes como Beyoncé e Alicia Keys. Sua identidade visual, também gerada por IA, apresenta Xania como uma jovem negra em cenários que vão de grandes cidades a florestas e ambientes futuristas.
A Hallwood Media já havia investido em outro projeto semelhante. Em julho, contratou Imoliver, designer musical que também utiliza inteligência artificial para criar músicas. O lançamento mais recente do artista, Waiting For The Weekend, chegou às plataformas em setembro, com sonoridade housepop e vocais artificiais.
O movimento mostra força no mercado, mas também levanta questionamentos. Em junho, a banda The Velvet Sundown, criada com auxílio de IA, alcançou 500 mil ouvintes mensais no Spotify, mas perdeu cerca de 40% da audiência em poucos meses.
Além disso, a própria Suno enfrenta disputas judiciais. Gravadoras acusam a plataforma de usar músicas extraídas do YouTube sem autorização para treinar seu sistema. Já o Deezer passou a incluir alertas para indicar faixas produzidas com inteligência artificial.
A notícia provocou reações negativas, incluindo a da cantora Kehlani, que expressou sua frustração em um vídeo no TikTok. Ela criticou a falta de trabalho humano na criação musical, afirmando que “nada e ninguém na Terra será capaz de justificar a IA para mim”. Kehlani destacou que a música gerada por IA não credita os artistas cujas obras foram utilizadas para treinar esses sistemas.
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