O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta terça-feira (23) o discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, se posicionando pela democracia. Havia expectativa de um primeiro encontro presencial de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que discursou logo após o líder brasileiro.
A fala do presidente brasileiro ocorre em um contexto de tensão crescente com Washington. Na segunda-feira (22), os EUA anunciaram sanções contra autoridades do Brasil, incluindo a revogação do visto do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e a aplicação da Lei Magnitsky à advogada Viviane Barci, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O governo brasileiro repudiou as medidas e declarou que “não se curvará” a tentativas de interferência em seus assuntos internos.

Apesar do clima delicado, Lula manteve um tom diplomático em seu pronunciamento:
“Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito…Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, afirmou.
O presidente tem se manifestado de forma contundente sobre conflitos internacionais. Ele classifica as ações de Israel na Faixa de Gaza como “genocídio” e defende negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. A pauta ambiental também terá espaço em seu discurso, com convites para a participação na COP30, Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro. Além disso, Lula reforçou a necessidade de reformas na governança global, incluindo mudanças no Conselho de Segurança da ONU e na Carta das Nações Unidas, onde o Brasil busca um assento permanente.
Possível encontro com Trump
A 80ª Assembleia Geral ainda pode ser marcada pelo primeiro cumprimento entre Lula e Donald Trump. A proximidade dos discursos aumenta a chance de um breve encontro nos corredores. Lula já afirmou que cumprimentaria Trump caso a oportunidade se apresente.
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