Líderes africanos e caribenhos se reuniram em Adis Abeba, na Etiópia, para a 2ª Cúpula África-CARICOM. O encontro terminou com um posicionamento conjunto em defesa de reparações históricas, voltadas a crimes como a escravidão transatlântica e a colonização, além de novos compromissos em áreas como comércio, inovação e saúde.
A secretária-geral da Comunidade do Caribe (CARICOM), Carla Barnett, descreveu o evento como um “retorno para casa”. Segundo ela, a reunião reforçou vínculos culturais e históricos e abriu caminho para parcerias em setores como transporte, investimentos e cooperação médica. Barnett destacou programas como o HeDPAC (Parceria de Desenvolvimento em Saúde para África e Caribe) e a colaboração com o Afreximbank.
No discurso de abertura, João Manuel Gonçalves Lourenço, presidente de Angola e da União Africana (UA), defendeu a adoção de medidas concretas. Para ele, é urgente repensar a ordem financeira internacional e ampliar a participação da juventude nos processos políticos. Também declarou solidariedade ao povo palestino.

Representando a ONU, Parfait Onanga-Anyanga lembrou que África e Caribe enfrentaram uma “dupla injustiça”: primeiro, pela escravidão e pelo colonialismo, e depois pela exclusão da fundação do atual sistema multilateral. Ele defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU e nas instituições de Bretton Woods.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, ressaltou a iniciativa “Pontes de Unidade”, que pretende integrar agricultura, cultura, saúde e tecnologia digital. Já Terrance Drew, premiê de São Cristóvão e Névis, afirmou que as reparações são uma “exigência legítima” e sugeriu a criação de um mecanismo conjunto entre UA e CARICOM.
Entre os resultados já alcançados desde a primeira edição, em 2021, estão a instalação de um escritório do Afreximbank no Caribe e o Fórum Afro-Caribenho de Comércio e Investimentos. Segundo a UA, a agenda comum representa reconhecimento histórico, solidariedade e perspectivas de futuro para as próximas gerações.
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