Real lidera valorização global mesmo após tarifas dos EUA, mostra levantamento

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Alta do real reflete entrada de capital estrangeiro, preço das commodities e política monetária do Brasil.

O real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar entre 13 de julho e 13 de agosto deste ano, mesmo em meio à pressão gerada pelas novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. No período analisado, a moeda brasileira acumulou alta de 3,7%, superando o desempenho de outras moedas de países emergentes e desenvolvidos. Os dados são do Banco Central.

Ainda de acordo com os dados citados pela reportagem, o rand sul-africano teve valorização de 1,8%, o forint húngaro subiu 1,3% e o peso chileno 1,2%. Moedas fortes também registraram ganhos mais discretos, como o euro e o zloty polonês, ambos com 0,1%, além da libra esterlina e o peso mexicano, que avançaram 0,5% e 0,8%, respectivamente.

O desempenho do real lidera a valorização frente a divisas globais, mesmo após novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. / Foto:  Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A performance positiva do real, está ligada à combinação de três fatores: a entrada contínua de capital estrangeiro no Brasil, a alta nos preços das commodities (mercadorias básicas de baixo valor agregado e preços definidos em bolsas de valores) exportadas pelo país e a condução da política monetária pelo Banco Central, que tem mantido uma taxa básica de juros ainda elevada, favorecendo a atratividade do real frente a outras moedas.

Mesmo com o impacto do tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos (que incluiu o aumento de impostos sobre produtos como aço e alumínio brasileiros), o mercado reagiu de forma positiva à resiliência da economia nacional e à percepção de estabilidade no curto prazo.

No entanto, especialistas alertam que a valorização do real pode não se sustentar nos próximos meses, já que os efeitos das tarifas norte-americanas ainda estão sendo absorvidos. Há também a possibilidade de que mudanças no cenário global ou nas decisões de política monetária interna afetem o fluxo de capitais e pressionem novamente a taxa de câmbio. Apesar disso, o desempenho recente reforça a força do real no cenário internacional, especialmente entre moedas emergentes.

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