Catarata e glaucoma são principais causas de perda de visão em adultos, alertam especialistas

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Foto: Pexels

Catarata e glaucoma estão entre as principais causas de perda de visão em adultos no Brasil. Enquanto a catarata é a maior responsável por casos de cegueira reversível, o glaucoma lidera entre as causas irreversíveis. Ambos os quadros avançam de forma silenciosa e, quando não diagnosticados precocemente, comprometem a autonomia e a qualidade de vida de milhares de pessoas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% dos casos de deficiência visual no mundo poderiam ser evitados ou tratados. Dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) reforçam a importância do acompanhamento médico: o tratamento da catarata é cirúrgico e tem alto índice de sucesso, enquanto o glaucoma exige acompanhamento contínuo para evitar a progressão.

O problema é que muita gente só procura ajuda quando a doença já está avançada e o tratamento oferece menos benefícios”, afirma o oftalmologista César Sampaio, do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS). Segundo ele, a falta de acompanhamento regular é uma das principais barreiras no enfrentamento dessas doenças.

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Erros de refração, miopia , hipermetropia e astigmatismo são as principais causas de deficiência visual do mundo – Foto: Pexels

A prevalência do glaucoma entre pessoas com mais de 40 anos chega a 3,5% na Bahia, e esse número é ainda mais alto entre a população negra, que tem maior predisposição genética. “O glaucoma não dói e, na maioria dos casos, só é percebido quando o campo visual já está comprometido. A consulta de rotina é essencial, especialmente quando há histórico familiar”, destaca o especialista.

Entre os idosos, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) atinge cerca de 30% das pessoas com mais de 80 anos. Já a retinopatia diabética, comum em pessoas com diabetes descontrolado, danifica os vasos da retina e pode levar à cegueira. Em ambos os casos, há tratamentos disponíveis, mas o diagnóstico precoce é determinante.

Nas crianças, erros de refração como miopia, hipermetropia e astigmatismo também merecem atenção. O uso de óculos pode representar um dos tratamentos de menor custo e maior impacto no desempenho escolar e no desenvolvimento social e cognitivo.

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Condições como conjuntivite, ceratite e pterígio, associadas à exposição solar intensa, vento, poeira e falta de lubrificação ocular, também afetam a saúde dos olhos, especialmente em regiões de clima quente e seco. Outro fator de risco são os traumas oculares, recorrentes entre trabalhadores que não utilizam proteção adequada.

Prevenção é a chave. Temos tecnologia, conhecimento e tratamento eficaz para preservar a visão. Mas é preciso incorporar o cuidado com os olhos à rotina de saúde da população”, reforça César Sampaio.

Especialistas recomendam consultas oftalmológicas regulares em todas as fases da vida, da infância à velhice. Para quem tem histórico de glaucoma, diabetes ou catarata precoce na família, a atenção deve ser ainda maior.

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