Menos de 2% das crianças brasileiras estarão entre os 10% mais ricos na vida adulta, é o que mostra o Atlas da Mobilidade Social, indicador criado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), plataforma que propoe, divulga e acompanha a execução de políticas públicas com foco em mobilidade social.
A porcentagem mais exata é de 1,8% das pessoas que poderão alcançar este patamar, segundo a pesquisa. O grupo é composto na sua maioria por homens (2,6%), branco (2,6%) e com pais que possuem ensino médio completo e superior incompleto (2,4%). Em contrapartida, a porcentagem que demonstra a quantidade de indivíduos que permanecerão na metade mais pobre da população é composta por 66,6% das pessoas. Essa porcentagem apresenta maioria de mulheres (82,7%), não-brancas (71,8%) e com pais que possuem o ensino fundamental incompleto ou menos (66,3%).
Regiões Norte e Nordeste concentram os mais pobres.
Os estados da região Norte e Nordeste têm a maior concentração de indivíduos que têm a maior chance de permanecer na metade mais pobre da população. Com 82,0%, o Acre lidera a lista, sendo seguido pelo Pará (81,8%) e Amazonas (80,2%). A região que concentra o maior número de indivíduos que possui a probabilidade de estar entre os 10% mais ricos é a região Centro-Oeste.
É também nas regiões Norte e Nordeste onde há concentração maior de pessoas pretas e não brancas de estar entre os 50% mais pobres. Na região Norte, o percentual é de 79.55%, seguido da região Nordeste (77,83%) e em 3° lugar a região Sudeste com 60,11%.
O Atlas, foi composto por dados do IBGE, Receita Federal, CadÚnico, entre outros, e possui dados coletados entre os anos de 1983-2019. Este indicador demonstra que o Brasil tem uma baixa mobilidade intergeracional, ou seja, a probabilidade da mudança de patamar social e econômico entre as gerações ainda é muito baixa por conta dos altos índices de desigualdade social no país.
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