Comissão da Câmara aprova PL para proteção de mulheres no campo

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O PL 4695/24 que visa a criação de políticas para enfrentamento da violência contra mulheres no campo, foi aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. A aprovação do projeto de lei do deputado Fausto Pinato (PP-SP) ocorreu na última quinta-feira (08), e segue em análise na Câmara.

A deputada Marussa Boldrin (MDB-GO) recomendou e a comissão aprovou a proposta criada, que ainda vai passar pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A proposta prevê ações concretas no enfrentamento da violência contra as mulheres no campo, mesmo na falta de uma rede de apoio e isolamento geográfico. Segundo a relatora, a falta de serviços dificulta o combate e a proteção dessas mulheres:

PL ainda vai passar por outras comissões na Câmara para ir ao Senado / Foto de Kelvin Diri/Pexels

A distância dos serviços essenciais, especialmente os de saúde e proteção, amplifica as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no campo, expondo-as a exclusão e obstáculos no acesso a cuidados fundamentais”, disse a deputada à Agência Câmara de Notícias.

O Atlas de violência de 2024, divulgado pelo Ipea, apresentou que 221.240 meninas e mulheres sofreram algum tipo de violência no ano de 2022, sendo 65% desse total sofreram de violência doméstica. Mais de 58% das vítimas são mulheres negras. O relatório mostra que, em termos gerais, o risco de morte entre mulheres negras é 1,7 vez maior ao enfrentado por mulheres não negras.

Diretrizes da proposta

Algumas das diretrizes na proposta são:

  • Realização de campanhas para informar a essas mulheres os seus direitos;
  • Fortalecimento da rede de apoio, envolvendo diversas pessoas na comunidade para identificar sinais de violência;
  • Acesso a justiça por meio de clínicas jurídicas móveis e orientação gratuita;
  • Acesso a serviços de saúde como atendimento médico e psicológico para vítimas;
  • Promoção da independência, especialmente a econômica, com a criação de empregos e oportunidades de renda para essas mulheres no campo;
  • Avaliação e monitoramento contínuo da situação das mulheres atendidas;
  • Trabalho em conjunto a programas já existentes.

Agora a proposta, que já tramita em caráter conclusivo, segue para análise de outras comissões, como a de Defesa de direitos da mulher. Para se tornar lei, após a análise o projeto deve ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.

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França Leal

França Leal

Nascida em Guarulhos - SP, França é formada em Marketing em 2019 e com pós-graduação em Comunicação e Marketing em 2022. Como colaboradora voluntária, atua também no site de cultura LGBTQIAP+ voltado para mulheres LesBOut desde 2020.

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