Em uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (03),a Polícia Civil disse ter identificado autor das ofensas racistas postadas nas redes sociais contra a prefeita eleita de Bauru (SP), Suéllen Rosim (Patriota). Segundo o delegado Eduardo Herrera dos Santos, o suspeito é um homem negro de 37 anos que queria “despertar uma discussão”.
Após depoimento o autor, que não teve sua identidade revelada, foi liberado. Ele é investigado pelo crime de injúria.
“Não há impedimento quanto a conduta pelo fato de ele ser negro e ter praticado uma conduta de ofensa racial contra outro negro”, diz o delegado.
A prefeita eleita disse que os envolvidos devem responder pleo crime que cometeram.
“Práticas de injúria racial devem ser combatidas independentemente de quem veio e da motivação. Não se levanta uma bandeira disseminando ódio. As autoridades continuaram tomando as providências necessárias para o caso. Assim como nos outros comentários e a ameaça que recebi“, diz Suéllen.
“É um absurdo a gente ainda ter que ouvir esse tipo de palavra, dessas questões raciais. É inadmissível. Lamento muito. A gente tem tanta coisa pra discutir da cidade, tantos problemas no município e a gente ter que discutir um assunto tão pesado“, afirma a prefeita eleita.
“Neste momento as investigações prosseguem e a tipificação penal, como inicialmente foi feita como injúria racial, ela permanece. Neste momento não temos mudança quanto à tipificação. Pelo contrário, existe a possibilidade sim de que seja acrescentada a tipificação também de uma eventual falsidade pelo perfil falso que foi criado“, explica o delegado Herrera.
Esta semana, Suéllen voltou à delegacia para prestar depoimento sobre as ofensas racistas e as ameaças de morte que recebeu.
Na mensagem, o homem se identifica, a ofende de ‘macaca’ e alega que vai comprar uma pistola no Rio de Janeiro para matá-la na casa.
De acordo com o delegado, a mensagem foi anexada ao primeiro boletim de ocorrência e será investigada pela Polícia Civil como injúria racial, a princípio. Desse ataque com ameaça de morte, nenhum suspeito foi identificado.