De acordo com um levantamento da Comissão Pastoral da Terra, divulgado nesta quarta-feira (23), os povos indígenas foram os que mais sofreram com os conflitos no campo em 2024. O grupo foi alvo de violência em 29% dos registros que constam no relatório Conflitos no Campo Brasil. Já os fazendeiros constam como os principais agentes causadores da violência por terra, responsáveis por 44% das violências.
Entre as vítimas das violências depois dos indígenas, estão os posseiros (25%), os quilombolas (13%) e os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST (11%). Já entre os agentes, depois dos fazendeiros estão os empresários (15%) e o governo federal (8%).

São os fazendeiros também, segundo o documento, os grandes responsáveis por casos de incêndios (47%) e desmatamento ilegal (38%).
Os dados também revelam que no último ano houve uma pequena queda na quantidade de conflitos por terras se comparado com o ano anterior. Foram 2.250 conflitos em 2023, contra 2.185 ocorrências desse tipo, em 2024. Em contrapartida, no último ano aumentou o número de pessoas afetadas: 904 mil pessoas, contra 792 mil em 2023.
Quanto ao motivo das violências, o relatório revela que a maior parte esta relacionado a ocupação e a posse da terra, o que inclui despejos e expulsões, ameaças de despejos e expulsões, destruição de casas, roças e pertences, pistolagem, grilagem, invasões e outras violências.
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