Prato de nhoque do chef Evandro Macedo vence a Favela Gastronômica 2025

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Com mais de 30 mil pessoas na Praça de Inhaúma, evento celebrou a potência da gastronomia das favelas com cultura, inclusão e empreendedorismo

Um nhoque com ragu de linguiça defumada foi o grande protagonista da Favela Gastronômica 2025, que aconteceu no último fim de semana na Praça de Inhaúma em um verdadeiro festival de sabores, cultura e resistência. O prato, criado pelo chef Evandro Macedo, ex-militar e morador de favela, conquistou o público e o júri, garantindo o 1o lugar na competição gastronômica e parte do prêmio de R$ 15 mil em produtos, distribuídos entre os cinco melhores colocados.

Evandro, que trocou a rotina do Exército pelos fogões da cozinha autoral, viu sua história ganhar ainda mais força ao subir no topo do pódio com sua receita afetiva. “Esse prêmio é um reconhecimento não só do prato, mas de toda a caminhada. A cozinha me salvou e me transformou. Vencer aqui, nesse espaço que valoriza nossas raízes, é algo que não tem preço”, contou emocionado.

O evento, idealizado pelo Voz das Comunidades, bateu recorde de público e entrou para a história com mais de 30 mil pessoas passando pela praça nos dois dias. Foram vendidos cerca de 19 mil pratos, o que movimentou diretamente R$ 380 mil na economia local, dando visibilidade a empreendedores que têm na comida uma forma de sustento e expressão.

Chef Evandro Macedo, responsável pelo nhoque vencedor, levando o prêmio /Foto: Héctor Santos

Top 5 Favela Gastronômica 2025 (prêmio total de R$ 15 mil em produtos, oferecido pelo Atacadão):

1o lugar: Evandro Macedo – Nhoque com ragu de linguiça defumada
2o lugar: Ricardo Araújo – Caldos variados
3o lugar: Ana Paula Tomás – Rabada com agrião, arroz e angu
4o lugar: Maria Solange Nascimento – Baião de dois com carne de sol e aipim
5o lugar: Fernando da Silva – Peixe ao molho de camarão com arroz de açafrão e pirão

Com o tema “Onde ser cria tem um sabor diferente”, a Favela Gastronômica uniu comida boa, cultura popular e empreendedorismo. O público também foi presenteado com uma agenda de shows gratuitos no palco 360o, com apresentações de Leandro Sapucahy, Marquinhos Sensação, Renan Oliveira e DJs que embalaram o clima de celebração na praça.

Além da gastronomia e da música, o evento ofereceu o Cozinha Show, um espaço de formação e troca de saberes que teve curadoria de Breno Cruz, fundador do curso de extensão Pretonomia da UFRJ. A parceria com a universidade possibilitou oficinas ao vivo, demonstrações técnicas e diálogos sobre ancestralidade, inovação e a potência da gastronomia preta como ferramenta de transformação social.

Para Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades e idealizador do projeto, o sucesso do evento reforça o que a favela sempre soube: “A gente não está falando só de comida. Estamos falando de sonhos, de oportunidade e de transformação real. A cozinha da favela carrega memória, afeto e potência. E ver tudo isso sendo valorizado, vivido e aplaudido é emocionante”.

Com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e do iFood, e apoio das marcas Águas do Rio, Brahma, Cheetos e Atacadão, a Favela Gastronômica se firma como muito mais do que um evento: é um movimento de valorização da cultura popular, do empreendedorismo periférico e do orgulho de ser cria.

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