Uma operação resgatou, na última terça-feira (25), quatro trabalhadores que viviam em condições análogas à escravidão em uma fazenda localizada na zona rural de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, após denúncia anônima. O resgate foi realizado pela Polícia Federal (PF), o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho (MT), e outros órgãos.
Por ser de difícil acesso, a equipe de resgate precisou pousar de aeronave para fiscalizar o local, em uma operação detalhada que permitiu o acesso exato à localização e ao resgate das vítimas, que receberam assistência e estão sendo acompanhadas para recorrer aos seus direitos sociais e trabalhistas.

Antes de serem resgatados, os trabalhadores realizavam a extração de postes de madeira e recebiam baixa quantidade de alimento e água potável, além de dormirem em alojamentos cobertos de lonas e camas de palha improvisadas. Durante a fiscalização, foram identificadas condições precárias de trabalho, como a falta de banheiros, água potável e locais de preparo de refeições.
Os trabalhadores relataram que bebiam da mesma água que era servida ao gado e que suas necessidades higiênicas eram feitas no mato. Segundo nota divulgada pela PF, os empregadores vão responder “pelas sanções administrativas e trabalhistas cabíveis, sem prejuízo de sua responsabilização criminal pelo crime de redução a condição análoga à escravidão”.
Estado ocupa posição no ranking de casos de trabalho análogo à escravidão
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2024 o Mato Grosso do Sul era o sexto estado brasileiro com maior número de pessoas resgatadas de condições de trabalho análogo à escravidão, que na época somou 105 trabalhadores. Os estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia lideram o ranking, com 500, 467 e 198 trabalhadores resgatados, respectivamente. No ano passado, mais de 2.000 trabalhadores foram resgatados dessas condições em todo o país.
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