Na última quarta-feira (12), o Rio de Janeiro teve mais uma operação policial, que de acordo com o Secretário de Segurança do Rio, Victor dos Santos, foi feita para “salvar vidas”. A ação no Complexo de Israel, zona norte da cidade, interditou as principais e maiores rodovias da cidade com quatro pessoas feridas, fechou três escolas estaduais na região e fez com que outras escolas municipais continuassem as atividades com protocolos de segurança.
De acordo com o secretário, a operação foi feita após a identificação de um possível confronto entre facções rivais. Essa é só mais uma das operações realizadas no Estado em 2025, segundo um levantamento do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Assim, a Polícia do Rio já fez apenas no primeiro mês do ano 103 operações, somados ao ano de 2024 foram feitas 1.354 operações, sendo 1. 208 da PM e 146 da Civil. O que revela em média três operações por dia, indicando uma rotina de incursões em favelas, mesmo sob restrições da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas.
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A operação realizada ao longo da última quarta-feira foi organizada de forma emergencial, com base em informações de inteligência e de acordo com o Secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi, o objetivo da operação não era prender criminosos, mas evitar a ocupação de outra comunidade.
O complexo de Israel fica localizado em uma área na Zona Norte da capital e é dominada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP), sob liderança de Álvaro Malaquias Santas Rosa, conhecido como Peixão. O grupo mantém presença em bairros como Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta, localizados paralelamente na Avenida Brasil.
Fechamento das ruas e insegurança da população
Para realizar essa ação, as forças de segurança determinaram o fechamento da Avenida Brasil e Linha Vermelha, que são as duas principais ligações entre o Centro do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense, o que afetou diversos pontos da cidade e o deslocamento da população.
Mesmo assim, muitas pessoas já se encontravam em deslocamento e em diversos vídeos e imagens publicados em redes sociais, é possível ver cidadãos deitados no asfalto para se proteger do tiroteio em Parada de Lucas.
A operação resultou em quatro pessoas feridas, sendo um policial que foi atingido por estilhaços próximo ao olho, e mais três pessoas que foram encaminhadas para unidades hospitalares. Em outubro do ano passado uma ação realizada também no Complexo de Israel, vitimou três pessoas que passavam pela Avenida Brasil no momento do Tiroteio. As vítimas foram Renato Oliveira, de 48 anos, que dormia dentro de um ônibus a caminho do trabalho; o motorista de aplicativo Paulo Roberto de Souza, de 60 anos; e o motorista de caminhão Geneilson Eustáquio Ribeiro, de 49 anos.
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