O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 18 indígenas em situação análoga à escravidão em uma colheita de uva, em Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. Segundo o MTE, 10 pessoas buscaram ajuda na Assistência Social após terem sido dispensados e desalojados sem receber pelos dias trabalhados, e foram resgatados na última sexta-feira (07).
Eles relataram que já estavam na colheita há um mês, com a promessa de receberem R$150,00 por dia, além de moradia e alimentação, mas a remuneração só começou a ser paga no dia 20 de janeiro para uma parcela dos trabalhadores.
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O grupo de 12 homens e 6 mulheres (entre eles um bebê e uma criança de 5 anos), em sua maioria da reserva Kaingang, estava alojado em um galpão de madeira, sem piso ou condições adequadas para a dignidade humana, onde dormiam cômodos improvisados e no chão. Eles afirmam que o alojamento chegou a abrigar cerca de 40 pessoas.
O produtor rural responsável pelo local afirma que foi pressionado a contratá-los, acreditando que já estavam com a situação regularizada. Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, os pagamentos à empresa terceirizada responsável pelos funcionários eram feitos corretamente, mas o repasse não ocorria.
Os trabalhadores realizaram exames admissionais, mas nunca chegaram a ter o registro oficializado.O MTE afirma que eles terão os direitos garantidos. Além disso, a empresa terá que custear o transporte destes trabalhadores para a casa e cumprir com o valor combinado.
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