“Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas enxaimel, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo que representa para todos nós”. Foi o que disse o governador de Santa Catarina Jorginho Mello (PL), na última quarta-feira (15), na abertura de uma festa que celebra as tradições dos imigrantes alemães na cidade. Segundo dados do Censo de 2022, 80% da população de Pomerode é branca.
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 34.289 habitantes que Pomerode possui, 27.562 se declaram brancos enquanto 6.652 se declaram negros, o equivalente a 19,3% da população da cidade que é considerada a “mais alemã” do Brasil, por conta da colonização na região.
A fala do governador foi gravada durante a abertura da 40ª edição da Festa Pomerana e divulgado pelo vereador de Florianópolis Leonel Camasão (PSOL),
“Por mais que uma declaração como esta, vinda de um Governador que não faz absolutamente nada pela população negra, indígena, quilombola e de outras etnias não-brancas de SC, não seja uma surpresa! Não podemos aceitar declarações racistas de um governador do estado“, escreveu uma internauta no X (antigo Twitter). “Racismo de governdor precisa ser responsabilizado“, disse outro internauta.
O vereador informou que pretende acionar a Procuradoria-Geral da República contra o governador. “Vamos acionar o procurador-geral da República para que seja proposta ação penal contra Mello por possível prática de racismo. Também pretendemos levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça para que o governador receba as consequências dessa fala possivelmente criminosa”, disse.
Em resposta, o governador afirmou que racismo é crime, e o vereador tentou distorcer sua fala. “É lamentável a tentativa de um vereador do PSOL de distorcer o conteúdo de uma entrevista que concedi na abertura da Festa Pomerana, em Pomerode. Tomarei todas as medidas judiciais cabíveis. Racismo é crime, e essa acusação não se aplica a mim. Até o próprio vereador sabe disso“, afirmou o governador.
Leia também: Orlando Morando, novo secretário de Nunes, teve gestão denunciada por racismo institucional
