Segundo levantamento da Folhapress junto aos dados da Polícia Federal (PF), 75% das investigações sobre queimadas e desmatamento feitos pelo órgão não chegam a indiciar ninguém. De 2019 até os dias atuais, foram realizadas 5.406 investigações e somente 1.385 processos indiciaram alguém. Ou seja, somente em 1 em cada 4 inquéritos abertos por desmatamento ou queimadas na PF aponta os responsáveis pelos respectivos crimes.
Apesar de não apontar culpado na maioria dos casos, a PF tem um índice de 89,5% de solução de crimes ambientais no geral, não contando apenas queimadas e desmatamentos. A taxa geral de indiciamentos cotando todo tipo de crime, não contando apenas ambientais, é de 28%.
“Para que se busque aumentar as taxas de solução dos crimes ambientais relacionados a incêndios florestais, tem-se intensificado a capacitação dos policiais, a adoção de novas tecnologias como imagens de satélite, cooperação com outros órgãos e com polícia de outros países para a troca de expertises”, disse a PF, em nota a reportagem da Folhapress.
Após o indiciamento, o Ministério Público analisa a documentação do processo e caso esteja de acordo com a PF, o órgão oferece denuncia a Justiça que aceitando a denuncia passa a julgar o caso.
Onde tem gado, tem fogo: cidades com maior rebanho bovino do Brasil são as mais incendiadas em 2024
Entre janeiro e setembro de 2024, São Félix do Xingu, município do Pará (PA) liderou o ranking de áreas afetadas por queimadas, com um milhão de hectares atingidos. Nesses lugares, estão os maiores rebanhos bovinos do país. O Brasil registrou queimadas em 22,38 milhões de hectares, conforme apontado pelo MapBiomas no Monitor do Fogo divulgado nesta sexta-feira (11).
Essas queimadas foram espalhadas por diversas regiões do país. Em segundo lugar, está Corumbá, Município do Mato Grosso do Sul, com 741 mil hectares incendiados. Os incêndios equivalem ao estado de Roraima entre janeiro e dezembro deste ano, o que representa um aumento de 150% em comparação a 2023.
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