A influenciadora e atriz Rafa Kalimann, musa da Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2025, está no centro de uma polêmica nas redes sociais após um vídeo seu em um desfile na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, viralizar. O evento, que aconteceu durante a celebração do Dia Nacional do Samba (02/12), reuniu as escolas de samba do Grupo Especial como parte dos preparativos para o próximo Carnaval. No entanto, o comportamento de Kalimann ao não cantar um trecho do samba-enredo de sua escola de samba gerou críticas de internautas.
O enredo da Imperatriz Leopoldinense para 2025, intitulado “Ómi Tútú ao Olúfon – Água Fresca Para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira, narra a lenda de Oxalá, que, em sua jornada para visitar Xangô, precisa oferecer tributos a Exu, orixá das religiões de matriz africana. Em um vídeo amplamente compartilhado, Kalimann aparece sambando enquanto o samba-enredo é entoado, mas evita cantar versos que mencionam o nome de Exu, como: “Ofereça pra Exu… um ebó pra proteger / Penitência de Exu, não se deixa arrefecer”.
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A atitude da influenciadora, que é evangélica, foi interpretada por muitos como um sinal de intolerância religiosa. Exu, nas religiões de matriz africana como o Candomblé e a Umbanda, é uma divindade associada à comunicação, aos caminhos e à energia vital. Apesar de sua importância religiosa e cultural, o orixá frequentemente é alvo de estigmatização e preconceito.
Internautas não pouparam críticas à postura de Kalimann. “Quer estar na Sapucaí, mas não quer respeitar as crenças que sustentam o samba. Contraditório”, comentou um usuário. Outro ironizou: “Será que o pastor dela aprova participar de um desfile de Carnaval, mas não pronunciar Exu?”. Até o momento, a assessoria da influenciadora não se pronunciou sobre o episódio.
Histórico de polêmicas semelhantes com Rafa Kalimann
Essa não é a primeira vez que Rafa Kalimann é alvo de críticas por evitar palavras que conflitam com suas crenças. Durante sua participação na novela Família É Tudo, da Globo, a atriz admitiu, em entrevista ao podcast E Você?, que alterava algumas falas de sua personagem, Jéssica, para evitar termos que não condiziam com sua criação familiar e princípios religiosos. “Eu não uso certas palavras no meu dia a dia, como ‘desgraçada’, então preferia adaptá-las”, disse na ocasião.
O episódio reacende o debate sobre respeito às crenças alheias e o compromisso de profissionais em representações artísticas e culturais. Como musa de uma escola de samba que celebra as tradições afro-brasileiras, a postura de Rafa Kalimann coloca em evidência os desafios de conciliar convicções pessoais com a valorização da diversidade cultural e religiosa do país.