Dados foram obtidos do Observatório da Saúde Pública, plataforma Umane
O Brasil registrou o menor número de mortalidade materna – a que acontece durante a gravidez ou no período de 42 dias após o parto – em 22 anos. Foram 1.397 mortes em 2022, de acordo com os dados atualizados do DATASUS – SIM disponíveis no Observatório da Saúde Pública (OSP), da Umane. A taxa é de 54,5 a cada 100 mil nascidos vivos.
Segundo o IBGE (2022), as mulheres negras representam 55,3% das mulheres no Brasil. Porém, em 2022, quem mais morreu foram as mulheres pretas e pardas. Esse grupo representou 67% (937) de todas as mulheres mortas. No mesmo ano, 412 mães brancas morreram, 29,5% do total.
A maior porcentagem de mulheres negras neste indicador é presente desde 2000 pelo menos, um dado preocupante tendo em vista que a mortalidade materna é um indicador importante da qualidade de vida da população, pois grande parte das mortes são evitáveis. Este é um indicador estratégico presente, inclusive, na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Maioria da mortalidade infantil atinge crianças negras
Ainda de acordo com DATASUS – SIM, em 2022, das 38.540 crianças que morreram até 5 anos, 20.445 eram negras, o que significa 53% do total.
Em 2022, o estado brasileiro com o menor índice de mortalidade infantil até os 5 anos foi o Rio Grande do Sul, apresentando taxa de 12,2 a cada mil nascidos vivos. Esse índice se equipara a países como Irã (12), Equador (12,1), Colômbia (12,3) e México (12,8), de acordo com as Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil (UN IGME).
No mesmo ano, o estado com maior índice foi o de Roraima, que apresentou taxa de 24,6 a cada mil nascidos vivos. O índice pode ser comparado ao da Venezuela (24,2), Iraque (23,5), Butão (23,7) e Bolívia (23,9).
Maternidade precoce também tem maioria entre mulheres negras
Em 2022, 12,3% dos nascidos vivos tinham mães adolescentes até 19 anos. O número total foi de 315.606 mães adolescentes.
Também é muito maior a proporção de mães jovens negras. De acordo com Datasus, 73% das mulheres que foram mães até 19 anos se autodeclararam pretas ou pardas. O total desse grupo é de 229.977 mulheres.
A Umane é uma organização da sociedade civil, independente, isenta e sem fins lucrativos que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública.
O Observatório da Saúde Pública é uma plataforma desenvolvida pela Umane e que reúne dados e informações sobre saúde no Brasil com o objetivo de contribuir para a geração de conhecimento sobre o tema, fortalecimento da Atenção Primária e criação de políticas públicas de saúde.
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Sobre a Umane
A Umane é uma organização da sociedade civil, independente, isenta e sem fins lucrativos que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública com o objetivo de contribuir para um Sistema Único de Saúde (SUS) mais resolutivo e de melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem no Brasil. Em 2023, a Umane apoiou 19 projetos, realizados de forma colaborativa com 53 parceiros, entre diversos setores da saúde, da sociedade civil e do poder público.
A atuação da Umane se dá por meio de três programas: o de Atenção Integral às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), com iniciativas de controle dos fatores de risco, rastreamento, ampliação do acesso à saúde e ao monitoramento dos fatores de risco na Atenção Primária à Saúde; o Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS) como ordenadora do cuidado no SUS, por meio do apoio a iniciativas que visem melhorias operacionais, de produtividade de equipes, de integração de serviços e da incorporação de novas tecnologias ao sistema de saúde e o programa Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, financiando programas que acompanhem e monitorem desfechos desfavoráveis durante a gestação e as condições de saúde de crianças e adolescentes no contexto das Doenças Crônicas Não Transmissíveis e dos fatores de risco.
Foto da capa: Imagens/TV Brasil
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