Após quatro dias preso, violoncelista é liberado para cumprir prisão domiciliar

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O jovem foi preso acusado de um crime cometido em 2017, mas parentes e amigos afirmam que estava tocando no mesmo dia e horário

Jovem, músico, preto e flamenguista. Foto: Divulgação

O músico Luiz Carlos Justino, de 23 anos, violoncelista da Orquestra de Cordas da Grota, no Rio de Janeiro, preso na última quarta-feira (02) acusado de assalto à mão armada em 2017, foi liberado neste domingo (06) para responder em liberdade. Luiz Carlos Justino foi reconhecido por fotos, de acordo com informações oficiais, mas a família e amigos da orquestra comprovam que no mesmo horário do crime o violoncelista estava em outro local, onde participavam de apresentações semanalmente.

Após a repercussão, o juiz André Luiz Nicolitt atendeu ao pedido da Comissão de Direitos Humanos da Ordem de Advogados do Brasil e concedeu prisão domiciliar ao músico. O magistrado afirmou em documento que causa “perplexidade como a foto de alguém primário, de bons antecedentes e sem qualquer passagem policial possa integrar o álbum de fotografias em sede policial como suspeito”.

Luiz Carlos Justino é um jovem negro, violoncelista, e integra a orquestra desde os 6 anos de idade, casado e pai de uma menina de 3 anos, o jovem ainda responde ao crime, mas agora com a prisão revertida para domiciliar. Colegas de Luiz Justino participaram neste sábado (05) de um protesto artístico, em frente ao Presídio de Benfica, na Zona Norte, pedindo a liberdade de Luiz Carlos. Amigos e familiares também reuniram mais de 25 mil assinaturas em um abaixo-assinado contra a prisão de Luiz Carlos.

Recentemente mais dois casos de homens negros presos por identificação por foto chamaram atenção do país. O jardineiro e universitário, Wilton Oliveira da Costa, de 32 anos, ficou preso por quase dois meses por um crime que aconteceu no momento em que estava trabalhando. Sinha, apelido de Wilton Costa, também responde em liberdade a acusação. Já, Danillo Félix Vicente de Oliveira, 24 anos, também reconhecido por foto e sem outras provas, segundo família e defesa, segue preso desde agosto.

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