Sobe para 84% as mortes letais de pessoas negras causada pela polícia de São Paulo, os dados foram divulgados pelo Instituto Sou da Paz, baseado em dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-S). O relatório mostra um aumento de 78% nos primeiros oito meses de 2024.
Das 441 pessoas mortas pelas forças de segurança nesse período, 283 eram negras. A letalidade policial em serviço aumentou em quase todas as regiões do estado, com exceção de Ribeirão Preto. Em áreas como Bauru e São José do Rio Preto, o número de vítimas mais que triplicado no período, enquanto na região metropolitana, assim como em Santos e Sorocaba, mais que dobraram.
Segundo o instituto, o número de vítimas negras alcançou seu maior patamar nos últimos seis anos. Também houve crescimento no número de vítimas entre jovens e adultos de 15 a 40 anos.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
Crianças e adolescentes pretos e pardos somam quase dois terços (65,2%) dos que estão em situação de trabalho infantil no Brasil. Esse número é maior do que a participação desse grupo racial na população total de 5 a 17 anos, que é de 59,3%.
O Instituto Sou da Paz destaca o aumento significativo nas mortes por ação policial desde o início do governo de Tarcísio Freitas (Republicanos) em 2023. Após uma queda contínua desde 2020, os números voltaram a subir no ano passado.
A organização atribuiu a redução anterior ao uso de câmeras corporais pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), uma medida que conta com o apoio de 88% da população paulista, conforme a pesquisa divulgada pelo DataFolha.
A proporção de vítimas negras supera a porcentagem de negros na população paulista, que é de 40,94% segundo o Censo de 2022. Para o instituto, essa discrepância levanta preocupações sobre a equidade nas abordagens policiais.
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