Governo de Angola manda fechar templos da Universal em três cidades

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A decisão foi oficializada depois de denuncias de racismo, fraude e esterilização involuntária 

Catedral da Igreja Universal do Bairro do Patriota. Foto: Rosario dos Santos/Agência Angola Press

A Procuradoria-Geral da República de Angola deflagou operação para fechar templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURDI) nas cidades de Luanda, Viana e Cazeng. A medida é resultado de investigações iniciadas em 2019, quando a Universal passou a ser acusada de racismo, fraude e obrigar os pastores a fazerem esterilização.

Os templos foram fechados na última sexta-feira (14) e ficarão sob responsabilidade do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR), vinculado ao Ministério da Cultura, enquanto estiverem fechados. O bispo Honorilton Gonçalves voltou a negar as acusações, mas porta-vozes do governo afirmam haver fortes indícios de irregularidades por parte da igreja liderada pelo bispo Edir Macedo, um dos apoiadores do presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro.

Líderes angolanos, um movimento mobilizado em novembro de 2019, ganhou força nos último meses ao questionar práticas da Instituição religiosa. Em junho de 2020, esse movimento afirmou, através de nota oficial, que possuía o controle de 35 templos da instituição em Luanda e outras dezenas em outras províncias no país africano, decretando assim um rompimento com a igreja brasileira.

A Igreja Universal vem enfrentando acusações e tensões em outros países do continente africano. No final de 2019, houveram protestos em São Tomé e Príncipe, quando um pastor são-tomense foi preso em Costa do Marfim. O pastor da Universal foi acusado de ser o autor de mensagens que denunciariam supostos abusos da igreja contra funcionários africanos. Iudumilo da Costa Veloso, virou pastor da Universal em seu país natal, mas foi transferido há 14 anos para a Iurd da Costa do Marfim. Nove dias após ser detido, ele foi considerado culpado pelas mensagens e condenado a um ano de prisão.

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