O primeiro turno das eleições municipais do Brasil, realizado no último domingo (06), trouxe um fato inédito no que diz respeito a quantidade dos candidatos negros que foram eleitos. Isso porque 1 em cada 3 prefeitos eleitos no primeiro turno declarou ser negro para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A taxa de 33,3%, que representa o número de candidatos negros eleitos, é a maior registrada pelo TSE desde 2016 (quando o dado de cor da pele passou a ser coletado). Em 2020, o percentual havia sido de 31,9%, e em 2016, 29,1%.
Contudo, dentre os 33,3% de autodeclarados negros que foram eleitos no primeiro turno, a grande maioria é composta por candidatos pardos (31%), enquanto os candidatos negros representaram 2,3% da taxa.
A discrepância entre pretos e pardos se manteve em relação às duas eleições municipais anteriores, se em 2024 foi observada uma diferença de 28,7%, nos anos de 2016 e 2020, a distância foi de 25,7% e 27,9%, respectivamente.
Apesar dos avanços na representatividade política, a participação de pessoas negras em cargos de poder no Brasil ainda é reduzida em comparação à proporção que elas ocupam na população. Segundo o Censo de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de pessoas pretas e pardas soma 112,7 milhões, representando 55,5% do total do país.
Cidades com prefeitos negros pela 1ª vez
Os dados do TSE mostram que 470 cidades terão prefeitos negros pela primeira vez em sua história. Entre as grandes cidades (capitais e/ou cidades com +200 mil habitantes) estão:
- Heron Guimarães (União Brasil), eleito em Betim, na Grande Belo Horizonte
- Guilherme Guimarães (União Brasil), eleito em Montes Claros (MG);
- Hugo Prado (Republicanos), eleito em Embu das Artes (SP)
Já em relação a candidaturas de negros, as eleições de 2024 mostraram um aumento em relação aos outros anos (novamente 2016 e 2020). Os 239.789 candidatos pretos ou pardos representam 52,73% das candidaturas totais. Em 2020, haviam sido 50%, e em 2016, 47,8%.
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