A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva criticou a política de austeridade do governo e os problemas do Novo Arcabouço Fiscal (Teto de Gastos). Em entrevista a jornalistas no Uol News na última semana, Marina foi perguntada sobre a criação de uma autoridade climática. Os repórteres questionaram a demora na implementação da autoridade que foi promessa de campanha do governo Lula.
“Não vamos nos esquecer que durante a transição, uma das coisas pra aprovar a PEC da Transição, inclusive pro meu ministério [Meio Ambiente] aumentar o orçamento em 18%, que havia sido detonado no governo anterior, era que não se criasse novas estruturas. E isso é uma cobrança [criação da autoridade climática] de quem fala o tempo todo que não pode ultrapassar Teto de Gastos, e assim por diante… o problema é que tem emergências e as emergências tem que ser tratadas como tal”, disse.
O governo federal está limitado de realizar novos investimentos e gastos devido ao Novo Arcabouço Fiscal e meta fiscal de déficit zero. A meta de déficit zero, é a receita do governo sendo igual aos gastos, tirando a dívida pública. Para saber mais: “Déficit zero é prejudicial aos mais pobres”, afirma economista.
Mesmo diante das enchentes no Rio Grande do Sul entre maio e abril, o governo não pode fazer investimentos: Entenda os R$60 bilhões que o governo federal destinou ao Rio Grande do Sul após as enchentes.
O Brasil possui o número de 49.266 mil focos de queimadas pelo país nos primeiros 12 dias de setembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Neste mesmo mês em 2023, durante os 30 dias, foram somados 46.498 mil.
O Brasil hoje, concentra 76% dos incêndios na América do Sul. São registrados, 4.105 mil focos de incêndio a cada 24h. O país enfrenta a maior seca desde 1982, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), onde são quase 150 dias sem chuva em algumas capitais. O baixo índice de umidade do ar acaba facilitando a proliferação do fogo.
Ainda sobre a criação da autoridade climática, Marina explica:
“Uma instituição como essa, é uma instituição técnica, pra dar suporte ao governo, muito do que a autoridade vai fazer agora de forma sistematizada, é o que estamos fazendo na prática, pegando dados do: Semad, Cemaden, INPE, Ibama, ICMbio, de todos os órgãos que nós podemos ter pra fazer as ações. Ninguém vai começar do zero, nós já temos um acumulo de experiência que está sendo feito dentro do governo, que vai ser transformado na autoridade climática”, disse.
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