O Observatório da Branquitude divulgou nesta semana um relatório que mostra a distribuição de verba pública eleitoral segundo raça/cor e o gênero dos deputados federais eleitos nos pleitos de 2018 e 2022. Na correlação entre a raça/cor dos deputados eleitos e o financiamento público destinado em 2018 na comparação com 2022, a análise sinaliza que mais de 70% do financiamento dos candidatos eleitos se acumula para brancos. Os dados usados foram retirados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No justo momento de debate público da PEC da Anistia, o relatório revela que do total do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) e do Fundo Partidário direcionado a candidatos a deputado federal em 2022, homens brancos foram os maiores receptores de verba, com 44,05% do orçamento. Já homens negros e mulheres negras receberam orçamento menor do que a proporcionalidade das candidaturas.
Em 2022, Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT) foram os partidos com maior número de cadeiras ocupadas na Câmara de Deputados. Mesmo em espectros políticos diferentes, os dois partidos possuem maioria dos candidatos brancos: O PL com 99 eleitos contou com 73,74% (73) brancos, 25,25% (25) negros e 1,01% (1) indígena. Já o PT contou com 73,91% (51) brancos, 23,19% (16), negros; e 2,9% (2), indígenas.
A pesquisa constatou, observando as chances para um candidato a deputado federal ser eleito, observa-se que o financiamento e ser um indivíduo homem têm larga vantagem: Em 2022: Os homens tinham 2,5 vezes mais chances de serem eleitos do que uma mulher, neste mesmo ano, o financiamento aumentou em 6,6 vezes a chance de um candidato ser eleito.
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