Estresse crônico pode mudar seu cérebro; sofrer racismo pode tornar isso ainda mais grave. Um estudo publicado na última terça-feira (21) no jornal da Alzheimer’s Association, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1980 com foco em pesquisas sobre o Alzheimer, apontou que a mulher negra que frequentemente passa por experiências provocadas pelo racismo estrutural tem 2,75 vezes mais chances de sofrer distúrbios mentais do que mulheres que enfrentam pouca ou nenhuma situação de preconceito.
O artigo diz que as funções cognitivas – responsáveis pela capacidade mental de aprender, pensar, resolver problemas, tomar decisões e prestar atenção, por exemplo – são as mais propícias a serem afetadas. No entanto, os dados não surpreendem Lynn Rosenberg, um dos autores do estudo.
“(Não foi) inesperado, porque nós sabemos que fatores de causam estresse estão relacionados ao mau funcionamento das funções cognitivas, e experiências de racismo são grandes provocadores de estresse na vida dos afro-americanos”, comentou Rosenberg no artigo.
O estudo incluiu 17.323 mulheres da Black Women’s Health Study e foi iniciado em 1995. O longo período de pesquisa serve para entender o causa a elevação das taxas de distúrbios entre mulheres negras e o que pode ser feito para tornar a saúde delas melhor.
Índices de demência e Alzheimer são mais altos entre pessoas negras
Demência e Alzheimer, duas condições que inibem habilidades cognitivas, acometem majoritariamente a população negra. O racismo está ligado às condições que prejudicam as faculdades mentais, incluindo quadros de depressão e falta de sono.
“Depressão e estresse pós-traumático podem ter efeitos cognitivos a longo prazo. A experiência emocional e psicológica de um trauma como racismo pode alterar os processos cognitivos como memória, atenção, planejamento e solução de problemas. Racismo é fonte de estresse e depressão, então, eu acredito que o racismo pode negativamente impactar no funcionamento cognitivo”, afirmou a psiquiatra Danielle Hairston, da Howard University College of Medicine.
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