Após a prisão do influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, em Santa Catarina, a Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa sobre o caso para detalhar o que levou ao mandato de prisão contra ele neste domingo (14). A coletiva foi presidida pelo chefe de Polícia, Delegado Fernando Sodré, concedida no Palácio da Polícia, em Porto Alegre. Dois dias antes, na sexta-feira (12), Nego Di e sua esposa, Gabriela Sousa, haviam sido alvo de uma operação do Ministério Público sob suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro.
Segundo Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, com sede em Canoas, que também participou coletiva de imprensa, o humorista usava de deboche para se referir aos clientes:
“Há inclusive vídeo em que Nego Di se manifesta de forma debochada brincando em relação as pessoas que não receberam os bens, enquanto se desloca em carro de luxo, uma Mercedes branca, conversível, chegando em seu restaurante”, comentou Reschke.
O chefe da Polícia Civil do RS, Fernando Sodré, esclareceu que as investigações começaram em abril de 2022 a partir da Delegacia de Polícia de Canoas, quando o influenciador divulgou aparelhos do site “Tadizuera”, que não chegaram aos compradores.
Entre em nosso grupo de WhatsApp
Segundo as autoridade, já são 370 vítimas, mas esse número pode aumentar. Foram ouvidos 16 moradores de Canoas e de outras cidades do Rio Grande do Sul, inclusive de outro estado, que não foi informado na coletiva.
Ao todo, R$ 5,3 milhões foram movimentados pelo ex-BBB com produtos que nunca foram entregues aos compradores, em sua maioria, pessoas humildes, segundo a polícia. Também foi expedido um mandado de prisão preventiva para Anderson Boneti, sócio do humorista, que está foragido. Segundo o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), o delegado Cristiano Reschke, Boneti já havia sido preso por estelionato antes da parceria.
“Fraude realmente utilizada a partir do seu conhecimento e da sua referência das redes sociais para atrair vítimas”, disse Sodré. O delegado da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, Marco Antônio Guns enfatizou que a influência de Nego Di fez com que os consumidores confiassem no site, que oferecia mercadorias com preço abaixo de mercado.