Segunda peça da trilogia de pesquisa da Tô em Outra Cia. de Teatro sobre Teatro Grego e Periferia, o “Guerra de Papel – uma tragédia urbana musical” é de responsabilidade do grupo de repertório do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo. Em circulação pelo Estado, o grupo se apresenta na próxima quarta-feira (12) e quinta-feira (13) em São Caetano do Sul, no Teatro Santos Dumont, com entrada gratuita.
A peça trata da tragédia diária ocorrida nas periferias do Brasil, palco da violência sofrida pelas comunidades residentes nessas regiões. Na adaptação do mito grego de Antígona para os dias atuais, foi concebida uma interpretação brechtiniana. Com duração de 60 minutos, em média, a encenação acontece ao vivo com atores e banda de quatro músicos, executando 12 canções.
Nos dias 18 e 19 de junho o musical se apresenta no Teatro Adamastor e Ponte Alta em Guarulhos. Nos dias 21, 22 e 23 de junho no Teatro Arthur Azevedo em São Paulo, Centro e Eventos Barueri, e nos dias 27 e 28 de junho e dias 13 e 14 de julho em Osasco.
Enquanto na mitologia grega, a figura de Antígona – filha do casamento incestuoso de Édipo e Jocasta – é aquela que tenta enterrar seu irmão, na peça da companhia ela é a personagem central, a mulher negra na luta para descobrir quem tirou a vida de seu filho Aramiz, morto em consequência de uma bala perdida dentro da sala de aula.
Se no primeiro espetáculo da trilogia (Das Ruas, um Orfeu de Mochila), o grupo adaptou o mito de Orfeu e Eurídice para os tempos atuais, celebrando o amor, em Guerra de Papel a Tô em Outra Cia. de Teatro – sempre na estética do teatro musical – transporta o mito de Antígona para a contemporaneidade e retrata o luto. A reflexão proposta agora passa pelo precário ensino público brasileiro e o genocídio dos negros, principalmente em escolas periféricas, consequência do combate entre polícia e traficantes.
Depois da tragédia com o filho, Antígona estampa o rosto do menino nos jornais, camisetas e em sua janela, gritando em sua comunidade, fazendo sua própria guerra. “Queremos falar sobre as mortes nas periferias, sempre invalidadas pela mídia e pela polícia, que nunca realiza uma investigação séria para encontrar o culpado.
“Exemplo é o ocorrido com o assassinato de Marielle Franco. Um caso famoso, de uma vereadora periférica, pessoa pública, até bem pouco tempo sem conclusão”, comenta o Diretor Geral Jorge Alves. “A peça é dura, assim como a vida da minoria-maioria da população”, disse.
Ao vivo, quatro músicos estão em cena, com direção musical e arranjos de Paulo Henrique Costa. A criação musical tem inspiração em gêneros como samba e funk, ritmos presentes nas periferias. Os atores cantam suas angústias para o público.
ROTEIRO DA CIRCULAÇÃO
SÃO CAETANO DO SUL – Dias 12 e 13 de Junho às 20h
Ingressos gratuitos retirar na bilheteria
Teatro Santos Dumont. Av. Goiás, 1111 – Centro, São Caetano do Sul – SP,
GUARULHOS – Dia 18 Junho às 20h
Teatro Adamastor
Ingressos gratuitos retirar na bilheteria. Av. Monteiro Lobato, 734 – Macedo – Guarulhos. SP
Dia 19 de Junho às 20h – Teatro Ponte Alta. Ingressos gratuitos. Retirar na bilheteria.
Av. Florestan Fernandes, s/nº, Jd Ponte Alta – Guarulhos -SP
SÃO PAULO – Dias 21, 22 e 23 de Junho
Sex e Sáb às 21h e Dom às 19h. Ingressos R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Vendas em Sympla e na bilheteria do teatro com 1h antes
Teatro Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo – SP
BARUERI – Dias 27 e 28 de Junho às 20h
Centro de Evento de Barueri
Ingressos gratuitos retirar na bilheteria. Av. Sebastião Davino dos Reis, 672 – Jardim Tupanci,
Barueri – SP
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