Desmatamento cai na Mata Atlântica, mas aumenta nas fronteiras com o Cerrado e Caatinga

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A Fundação SOS Mata Atlântica divulgou nesta terça-feira (21), a diminuição do desmatamento no bioma, de 2022 para 2023. Porém, os dados mudam com relação a áreas que fazem fronteira com o Cerrado e a Caatinga. Os dados foram divulgados com base no Atlas da Mata Atlântica e no e no Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, ferramentas complementares de medição.

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Segundo a pesquisa, que é realizada desde 1989, o desmatamento na Mata Atlântica caiu 27% no ano passado, em áreas superiores a 0,3 hectares em florestas maduras. O estudo mostra que o desmatamento foi de 20.075 hectares para 14.697 em um ano.

“O desmatamento caiu nessa região contínua da Mata Atlântica, que vai do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, onde há as florestas maduras. E aumentou nos encraves e nas transições com os outros biomas, onde há essas transições com o Cerrado e com a Caatinga, e também onde existem florestas jovens”, disse o diretor executivo da SOS Mata Atlântica e engenheiro agrônomo Luís Fernando Guedes Pinto.

Cerrado, Pantanal e Caatinga apresenta aumento no desmatamento /Foto: Thomas Bauer /SOS Mata Atlântica

O SAD mostra o aumento das derrubadas em encraves no Cerrado e na Caatinga, ocorreu principalmente na Bahia, Piauí e Mato Grosso do Sul. O relatório mostra que a redução predominou na maioria dos 17 Estados abrangidos pela Mata Atlântica, com exceção do Piauí, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Mas o estado que lidera a quantidade de desmatamento do bioma é o Piauí. De acordo com os dados, O em 2022 e 2023 o estado foi responsável por 42% do desflorestamento total da Mata Atlântica, no Brasil.

Luís Fernando pontua que ainda é preciso um olhar integrado para todos os biomas para zerar o desmatamento e priorizar a restauração florestal. Caso contrário, segundo ele, as crises do clima e da biodiversidade continuarão a se intensificar.

De nada adianta puxar o lençol para a cabeça e descobrir os pés. Menos floresta representa mais desastres naturais, epidemias e desigualdade. Para a agricultura, significa também quebras de safra recorrentes. Qual é o sentido de termos tanta área agrícola se não conseguimos manter a saúde dos ecossistemas que sustentam a produção?”.

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