Pluralidade, brasilidade e representatividade. Essas são algumas características que o “Brasil com S” busca para a comunicação brasileira. O banco de imagens gratuito lança sua terceira edição com mais de 350 imagens que mostram os diferentes brasis existentes.
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Produzido pela agência Lab 678, a iniciativa já impactou mais de sete milhões de pessoas, com mais de 400 mil imagens visualizadas, e foi desenvolvido para aplacar a falta de representatividade realmente brasileira nas opções existentes no mercado, que são utilizadas pelas agências de marketing do país. Para acessar e baixar as fotos para fins editoriais, basta acessar o site Brasil com S.
“O ‘Brasil com S’ é um projeto que mexe com a memória afetiva, que gera identificação e conecta pessoas. Mas, ao mesmo tempo, é uma forma de chamar atenção da sociedade para o atual cenário da comunicação, que muitas vezes usa conteúdo de bancos de imagens que de Brasil não têm nada. O resultado desse processo são campanhas muito plastificadas, frias e que não transmitem realidade para o público-alvo, não há identificação por parte do consumidor. É impossível falar de Brasil sem pluralidade e é impossível fazer qualquer comunicação sem representatividade”, explica Hugo Gunzburger, diretor criativo do projeto e sócio do Lab 678.
Para esta nova edição, foram escolhidos três momentos que servem como cenário para as fotos: uma ida ao mercadinho do bairro, um domingo preguiçoso com direito a um dia de cuidados, e uma noite de aparelhagem com muita música e diversão.
“Pensando em atender novas necessidades, vamos expandir as fronteiras nesta edição. Temos fortes referências ao norte brasileiro, principalmente no cenário da aparelhagem, festas tipicamente desta região do Brasil”, complementa Gunzburger.
Uma equipe diversa
Mais importante que o próprio banco de imagens, a escolha da equipe também é parte fundamental no projeto. Dos modelos aos responsáveis por figurino, beleza e fotografia, todos representam, na prática, o “Brasil com S”: pessoas reais, criativas, com corpos, gêneros, sexualidades e vivências diversas. Todos eles foram importantes na construção do projeto, inclusive os modelos, incentivados a acrescentar suas essências nas fotos.
Bel Corção é a fotógrafa responsável por capturar os momentos, assim como também assinou a fotografia das edições anteriores. “Estamos criando imagens reais, com personagens super múltiplos e que conseguimos abranger tudo o que o Brasil é. Queremos registrar um Brasil de verdade, com toda multiplicidade do país, das pessoas e com toda a diversidade de todos os contextos do dia a dia das pessoas”, afirma.
Para além da “representatividade de outdoor”, o projeto aposta no complemento que pessoas diversas podem trazer à comunicação. “Nestes anos de projeto, tivemos a oportunidade e o reconhecimento de grandes empresas, que nos procuraram para fazermos um banco de imagens exclusivo para elas, como foi o caso da AME Digital. A representatividade não pode ser usada apenas como fachada, ou em datas comemorativas, precisam estar inseridas no dia a dia dos criativos e dos responsáveis pelas campanhas”, afirma Gunzburger.
Figurinista desde a primeira edição, Angelina Moreira acredita que a pluralidade na comunicação é essencial, uma vem que vivemos rodeados de conteúdo audiovisual. “Para esta edição, conseguimos trazer uma estética ainda mais plural para o projeto. Há muito referência do Norte, o que contribui para essa representatividade brasileira”, comenta Angelina.
Os modelos são um destaque a parte da iniciativa, uma vez que histórias protagonizadas por pessoas reais são capazes de gerar uma conexão verdadeira, para além de rótulos, criando espaço para que seja possível nos ver representados dentro da comunicação. O elenco é formado por Brena Mafra (@_brenamafra), Lucas Mansur (@lucasaadallah), Lisi Potyguara (@lisibarros), Ramires Rodrigues e Ramonna d’Quinta (@ramonnaramires).
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“Sempre tive vontade de encontrar um projeto que desse espaço para pessoas PCD. Tenho observado que é uma coisa que está surgindo cada vez mais, mas ainda em uma escala pequena. Em paralelo à isso, temo suma imagem do Brasil na mídia que não é real, o que dificulta esse processo de inclusão”, explica Lucas Mansur.
Já para Lisi, participar do “Brasil com S” tem uma importância ainda maior. “Quando eu recebi o convite, a equipe não estava em busca de uma indígena estereotipada, com um cocar na cabeça, por exemplo. Eu sou indígena, vivo na cidade, vou ao mercado, ando de ônibus e as pessoas precisam ter conhecimento além do que é mostrado na maioria das vezes, como os indígenas vivendo apenas em aldeias. A representatividade indígena na comunicação passa por um apagamento da realidade”, afirma Lisi.