A Universidade de São Paulo (USP) negou o recurso apresentado pela defesa de de Alison dos Santos Rodrigues, que teve a matrícula cancelada por não ser considerado pardo pela banca julgadora. Estudante foi aprovado, por meio do Provão Paulista, para medicina.
Segundo a instituição, a banca avaliadora concluiu que o candidato “tem pele clara, boca e lábios afilados, cabelos raspados impedindo a identificação, não apresentando o conjunto de características fenotípicas de pessoa negra”.
O estudante foi aprovado na primeira chamada do Provão Paulista no curso de medicina, porém, teve a matrícula cancelada após uma banca julgadora não o considerar como pardo. Ele recebeu a notícia em seu primeiro dia de aula, em 26 de fevereiro. Desde então, ele não acompanha as aulas.
Em entrevista ao G1, Alison contou que sempre se autodeclarou como pessoa parda.
“Tive o desprazer de saber da notícia que eu não fui aprovado, mesmo me identificando formalmente como pardo. E tudo aquilo que aconteceu me deixou sem chão, parece que o mundo acabou porque foi algo muito difícil de conquistar.” disse ele.
O jovem continua o desabafo sobre a situação que diz ser desgastante mentalmente.
“É cansativo, está afetando todo mundo ao meu redor, bastante ansiedade pelos resultados e bastante pressão pelo tempo que ta passando com tudo isso. Sempre falaram que a parte difícil ia ser entrar e agora eu acredito, só queria que fosse mais fácil tudo isso. Ver os de outras pessoas dando certo me dão esperança”.
Processo: 1013167-68.2024.8.26.0053
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