Conforme os dados divulgados pelo boletim do Ministério da Saúde brasileiro, nesta terça-feira (12), no Brasil foram registados 1.585.385 casos prováveis, 450 mortes e 849 mortes em investigação. Mas apesar da quantidade de casos, dados da Quaest revelam que 26% da população não pretende tomar a vacina contra a dengue, no país.
O Notícia Preta conversou com a enfermeira e especialista em educação em saúde Iara de Almeida Pires Ribeiro, que explicou a importância da imunização para o controle da doença. “Sabemos que a imunização é uma das estratégias mais eficazes de preservar a saúde da população, prevenindo doenças em suas formas mais graves. Então, além dessas ações de eliminação de focos, a vacinação é uma forma muito importante de prevenção, disponível em nosso país”.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro, em 120 municípios. Além disso, o Ministério da Saúde informou que apenas 230.796 doses de vacina contra a dengue foram aplicadas desde o início da campanha. Esse valor corresponde a 18,7% do total das doses disponíveis até o momento.
Segundo a especialista, a melhor forma de combater a dengue é impedir o nascimento do mosquito, o que chamamos de controle do vetor. Este controle precisa ser permanente com ações de prevenção e de eliminação de focos de criadouro.
O Brasil é o primeiro país do mundo a inserir a vacina contra a dengue como imunizante no sistema público de saúde. Então, a vacinação contra a dengue é uma estratégia do Ministério da Saúde para que esta seja mais uma doença imunoprevenível, entrando no calendário vacinal em 2024.
“O mosquito da dengue está mais presente em áreas urbanas e com mais intensidade em regiões com alta densidade populacional. Então, a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos têm ação direta na transmissão”, disse ela.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina em março de 2023, com base em estudo feito com mais de 28 mil pessoas, incluindo crianças e adultos, e que a concessão permite a comercialização do produto no Brasil.
Para a especialista, considerando a incidência dos casos prováveis, os estados com maior incidência são, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Acre, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Em relação aos óbitos, os estados com maior incidência são Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro.
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