A mostra é um convite a se pensar a cultura das religiões de matrizes afro-brasileiras
O Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, recebe a mostra “Xirê das Yabás”. A exposição, que fica em cartaz até 11 de março, é um convite a se pensar a cultura das religiões de matrizes afro-brasileiras com um recorte sensível de gênero, raça, sexualidade e o papel das mulheridades africanas.
As obras apresentadas exploram a estética e a simbologia das Yabás, orixás femininas da religião do Candomblé, a partir de diferentes perspectivas, como a fotografia, a pintura, a escultura e o audiovisual. Entre o time de artistas que participam da mostra estão Leaħ, Adeloyá OjúBará, May Agontinmé e Ani Ganzala.
“A intolerância religiosa é uma violência que atinge a todos, mas que tem um impacto particular sobre as pessoas que professam religiões de matrizes afro-brasileiras”, afirma Khadyg Fares, curadora da exposição e pesquisadora do MDS. “Essa mostra é uma oportunidade para refletir sobre a importância da diversidade religiosa e da luta contra o preconceito e a discriminação.”
A exposição é um projeto da curadora A TRANSÄLIEN, multiartista pernambucana. “A mostra busca valorizar a cultura afro-brasileira e as vozes das mulheres negras”, afirma A TRANSÄLIEN. “É um espaço de resistência e celebração da diversidade.”
Intolerância religiosa no Brasil
A data de 21 de janeiro foi instituída em 2007 para lembrar o assassinato da ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Axé Abassá de Ogum.
A intolerância religiosa é um problema grave no Brasil. Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que, em 2022, foram registrados 1.200 casos de intolerância religiosa no país, um aumento de 45% em relação a 2021.
As religiões de matrizes africanas, como o candomblé, a umbanda e o quimbanda, são as principais vítimas da intolerância religiosa no Brasil. Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em 2022, 73% das vítimas de intolerância religiosa eram adeptas dessas religiões.
Serviço:
Xirê das Yabás: A Fertilidade do Mundo
Local: Centro de Referência e Empreendedorismo do MDS
Endereço: Av. São Luís, nº120 – República
Horário: Terça-feira a sábado das 10h às 18h30
Visitas mediadas: Terça-feira a sexta-feira (Manhã: 11h | Tarde: 16h)
Visitas mediadas em Libras: Quarta-feira às16h
Todos os dias ENTRADA GRATUITA
Sobre o MDS
O Museu da Diversidade Sexual (MDS) é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo ligada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, sendo o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à Memória e Estudos da Diversidade Sexual.
A instituição é destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIAPN+ (contemplando a diversidade de siglas que constituem hoje o MDS) e seu reconhecimento pela sociedade brasileira. Trata-se de um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIAPN+, que se propõe a discutir a diversidade sexual e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e a promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.
Atualmente, o MDS passa por uma reforma de ampliação da sua sede, na estação República do metrô, em São Paulo. Com isso, a unidade terá melhor infraestrutura para abrigar exposições, mostras e demais ações educativas do Museu, alcançando um público ainda maior.
Sobre o Instituto Odeon
Atualmente o Museu da Diversidade Sexual é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social que tem como missão promover gestão e produção cultural e artística de excelência, em diálogo com a educação, agregando valor público para a sociedade. O Instituto Odeon existe para trazer mais cultura para as cidades e mais arte para as pessoas. Quer transformar a percepção do público sobre museus e eventos culturais, trabalhando em direção a um país que promove a expressão da arte, expande o acesso ao que é produzido e leva a sério seu legado cultural.
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