Porteiro, pai de três filhos, Edmar Santos Costa Moreira morreu ao ser imobilizado por seguranças na Estação acesso Norte do metrô de Salvador. O caso aconteceu no dia 6 de janeiro, mas ganhou repercussão após o vídeo começar a ser compartilhado nas redes sociais, na última sexta-feira (19).
Mesmo com a morte ocorrida às 6h do dia 6 de janeiro, a família só conseguiu reconhecer o corpo às 18 horas e, segundo a defesa da família de Edmar, nenhum órgão entrou em contato com para avisar sobre o óbito, mesmo o porteiro portando documentos de identificação.
A esposa de Edmar só ficou sabendo da situação quando um dos chefes dele entrou em contato com ela para informar que o porteiro não havia chegado no trabalho e os parentes começaram a procurá-lo em hospitais.
“Família indignada. Ele deixa três filhos pequenos e uma companheira. É uma morte que não sabemos porque foi silenciada”, afirmou um dos advogados de defesa da família de Edmar, Pedro Fernandes, em entrevista ao Correio 24 Horas.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso e aguarda o laudo da causa da morte que aponta a causa da morte.
“Era o meio de transporte que ele pegava pra poder trabalhar. Me fica a dor da perda e, sabendo o que aconteceu, a dor da injustiça. Poderia ser evitado, ele já estava contido, algemado, não precisava desse excesso que provocou toda situação”, afirma a irmã da vítima que pediu para não ser identificada.
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Em nota a CCR, concepcionária que administra o Metrô de Salvador disse que lamenta o caso e informa que instaurou um procedimento interno de apuração dos acontecimentos. Ainda segundo a CCR, os agentes que participaram do atendimento desta ocorrência foram afastados de suas funções operacionais até a conclusão das investigações.
Semelhança com caso George Floyd
Nas redes sociais várias manifestações compararam o assassinato de Edmar ao do afro-americano, George Floyd, em maio de 2020. “O assassinato de Edmar Santos Costa Moreira é muito similar ao de George Floyd, que ocorreu em 2020. Que haja um grande movimento por justiça por Edmar”, escreveu um internauta.