A chance de jovens pretos e pardos morrerem precocemente no Brasil é de 68%, diz estudo

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Um estudo divulgado no início dessa semana, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela que jovens de 15 a 29 anos estão mais sujeitos à violência física, psicológica e sexual no Brasil.O documento mostra que a porcentagem de homens jovens pretos e pardos que morrem precocemente é de 68%. Entre os homens brancos, essa porcentagem é menor: 29%.

Em todas as regiões do Brasil, a faixa etária dos jovens-adolescentes (15 aos 19 anos) forma o principal grupo de vítima de violência”, informa o relatório ‘Panorama da Situação de Saúde dos Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho’, que usou como base, dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Também foram usados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa avaliou dados de 2016 a 2022/ Foto: Pexels

O estudo também revela que 27% das pessoas ouvidas afirmam ter sido vítimas algum tipo de agressão no intervalo de 12 meses que antecederam a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE), de 2019. De acordo com os dados, a possibilidade de um homem jovem morrer é quatro vezes maior do que uma mulher. As taxas de mortalidade são de 80,3% e 19,7%, respectivamente.

O estudo foi realizado por duas áreas da Fiocruz: a Coordenação de Cooperação Social da Presidência e o Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Além das situações de violência, o panorama trata também de condições de trabalho, impactos na saúde mental e mortalidade.

“Dentre as principais causas de óbitos destacam-se fortemente as causas externas, relacionadas a violências e acidentes de trânsito. É na juventude que se encontram as mais altas taxas de mortalidade por causas externas.” afirma o estudo.

O relatório analisou as condições de trabalhos. Os jovens estão mais expostos à informalidade e à rotatividade, além de terem jornadas mais extensas, com salários menores. “O trabalho faz parte da vida da juventude do Brasil. Eles trabalham muito, mas em condições piores”, conta a socióloga Helena Abramo.

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