O advogado e amigo da família de Eberson Luiz da Silva, mototaxista morto na Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, afirma que a vítima gritou que era trabalhador após ser atingido pelo primeiro tiro e mesmo assim foi baleado mais uma vez. Caso ocorreu em ação da Polícia Militar no último sábado (25).
O advogado, Ed Wilson, revelou ao G1 que após levar tiro na perna, o mototaxista teria mostrado crachá, mas novamente foi baleado, desta vez na barriga. Segundo o advogado, Eberson estava indo trabalhar por volta de 19h e foi atingido pelos policiais militares que haviam iniciado uma operação na comunidade.
Moradores confirmam os relatos e após os disparos os moradores tentaram socorrer o homem caído, porém foram afastados pela polícia com spray de pimenta. Os policiais levaram Eberson de viatura para o Hospital Municipal Albert Schewitzer.
Ainda de acordo com o advogado Ed Wilson, até o momento a divisão de homicídios só ouviu a versão da Polícia. Moradores realizaram protesto na noite de sábado que interditou a Avenida Brasil na altura da Vila Kennedy,
O advogado afirmou que Eberson era tranquilo, pacífico e querido na comunidade. Eberson trabalhou como maqueiro na labas, que presta serviço para unidades de saúde na cidade do Rio. A Secretaria confirmou que Eberson trabalhou até junho deste ano na UPA de Costa Barros.
A versão da Polícia
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que na tarde do último sábado (25), policiais militares do 14° BPM (Bangu) realizavam um patrulhamento na Rua Viúva Guerreiro, quando foram atacados a tiros por criminosos da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com o comando da unidade, houve confronto e, logo após a troca de tiros, os agentes prenderam um dos envolvidos no ataque à guarnição e com ele, foram localizados 366 tabletes de erva seca, 770 pedras de crack, 200 sacolé de pó branco, 02 carreadores, 01 coldre e 21 munições de 9 mm.
Posteriormente, os agentes encontraram um morador ferido no local do confronto. O mesmo foi socorrido pelos policiais até o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, para que pudesse receber o atendimento médico necessário.
A ocorrência ficou a cargo da 34ª DP (Bangu). Cabe informar que o comando do 14° BPM (Bangu) instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias do fato.
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