De acordo com pesquisa, 1% mais rico do mundo polui a mesma quantidade que 66% dos pobres

cidade.webp

A Oxfam publicou um estudo chamado “Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%”, que mostra que o 1% mais rico da população mundial poluiu a mesma quantidade que 66% da humanidade. O relatório afirma também que as pessoas mais pobres sofrem mais com a desigualdade climática.

A pesquisa relata que o estilo de vida dos super ricos resultam em grandes emissões de CO2 (carbono), que impulsiona o aquecimento global. Em 2019, os 10% mais ricos da população mundial foram responsáveis por 50% das emissões, os 40% do meio foram responsáveis por 43% das emissões, e os 50% mais pobres do mundo poluíram apenas 8%.

“O 1% mais rico da população mundial é responsável por tanta poluição por carbono como os dois terços mais pobres da humanidade. Eles roubaram os recursos do nosso planeta para alimentar os seus estilos de vida luxuosos. Uma curta viagem em um jato particular produzirá mais carbono do que a média do que emite uma pessoa durante todo o ano. Eles estão nos sacrificando no altar de sua ganância”, diz trecho do prefácio da pesquisa.

Cidade tomada por fumaça decorrente da poluição – Foto: Agência Brasil

O relatório mostra que os super ricos também tem influência na política, ao revelar que todos os senadores do EUA, que ratificam tratados climáticos globais em nome dos EUA, têm um salário que os coloca entre 1% dos principais emissores de carbono a nível mundial.

Os representantes da União Europeia e os deputados australianos também estão no mesmo grupo. Além dos seus elevados rendimentos, muitos legisladores ricos também têm investimentos significativos na indústria dos combustíveis fósseis, segundo a pesquisa.

Veja dados alarmantes abaixo:

  • Em 2019, o 1% mais rico do mundo foi responsável por 16% das emissões globais de carbono. Esse número é equivalente às emissões dos 66% mais pobres da humanidade (5 bilhões de pessoas);
  • Desde a década de 1990, o 1% mais rico consumiu o dobro do orçamento de carbono que toda a metade mais pobre da humanidade combinada.
  • Em 2030, as emissões do 1% mais rico poderá ser 22 vezes superior ao limite seguro (que significa as emissões permitidas para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C).
  • As emissões globais anuais do 1% mais rico anulam a poupança de carbono alcançada com quase um milhão de turbinas eólicas terrestres.
  • Em 2019, as emissões do 1% mais rico são suficientes para causar 1,3 milhão de mortes excessivas devido ao calor entre 2020 e 2100.
  • Um imposto de 60% sobre os rendimentos globais do 1% mais rico reduziria o equivalente em carbono emitido pelo Reino Unido e arrecadaria US$ 6,4 trilhões para financiar energias renováveis e uma transição de saída dos combustíveis fósseis

O relatório foi elaborado a partir de dados do Instituto Ambiental de Estocolmo, que avaliou dados nacionais de emissões de consumo para 196 países de 1990 a 2019, do Atlas Global de Carbono, que cobre quase 99% das emissões globais. Os dados de renda nacional e os números populacionais foram obtidos do Penn World Table (PWT) e do Banco Mundial. Clique aqui para ler a pesquisa completa.

Leia mais: “Cabelo era feio”: Mãe denuncia professora que prendeu cabelo black power do filho à força

Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

Deixe uma resposta

scroll to top