A historiadora e intelectual Beatriz Nascimento foi incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei nº 14.712/2023, nesta terça-feira (31), que determina a inclusão do nome da intelectual, no documento que fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
O projeto aprovado é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS). Já na Câmara dos Deputados a proposta de colocar o nome de Beatriz no livro onde estão os nomes de pessoas que se destacaram na história do Brasil, foi feita pelas deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Laura Carneiro (PSD-RJ). Na justificativa, foram mencionadas as contribuições de Beatriz para o país, e sua atuação nos movimentos negros e movimentos sociais.
“Entre os anos finais da década de 1970 e início dos anos 80, Maria Beatriz foi uma presença constante na retomada dos movimentos sociais negros. E, como historiadora, dedicou-se ao estudo das formações de quilombos“, começou o texto, que continuou:
“Produziu muitos artigos sobre quilombos, a resistência cultural negra e o racismo. Trabalhou no documentário Ôrí, lançado em 1989. Esse filme cobre o renascimento do movimento negro entre 1977 e 1988. A obra acadêmica de Maria Beatriz também foi fundamental para o entendimento das práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras. Ela foi uma expoente do feminismo negro”.
Beatriz Nascimento também foi professora, roteirista e poeta. Nordestina, natural de racaju (Sergipe), se mudou para o Rio de Janeiro em 1949, morando no subúrbio da cidade. Se formou em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Autoras de livros como “Uma história feita por mãos negras” e “O negro visto por ele mesmo: ensaios, entrevistas e prosa” – organizado por Alex Ratts com textos críticos, entrevistas e a prosa poética de Beatriz Nascimento -, a intelectual foi assassinada em 1995, aos 52 anos.
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