Nas periferias brasileiras, 73% dos moradores acreditam que a abordagem policial é baseada no tipo de cabelo, vestimenta e de cor de pele. É o que revela a Pesquisa Nacional sobre Desigualdades do Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).
Fora das favelas e periferias, 62% das pessoas concordam que estes critérios são levados em conta na hora de serem paradas pela polícia. Além disso, 86% dos entrevistados pensam que uma maior presença de pessoas negras e indígenas nas universidades é bom para toda a sociedade. Por outro lado, em cidades de até 50 mil habitantes, 42% das pessoas acreditam não haver diferença no tratamento entre pessoas brancas e negras; maiores de 60 anos.
A pesquisa identifica ainda a percepção da população brasileira sobre diversos tipos de desigualdades e revela também que 30% da população conhece pessoas que possuem dificuldade para comprar alimentos.
Outro dado analisado foi referente ao conhecido “bico”. Para complementar a renda familiar, 52 milhões de brasileiros realizam algum tipo de atividade complementar. Este número representa 31% da população nacional.
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Quase metade da população declara que já sofreu ou viu alguém sofrer preconceito em função da sua orientação sexual ou identidade de gênero. A pesquisa ainda aponta que 64% dos entrevistados concordam que aumentar a representatividade de pessoas negras, mulheres e população LGBTQIA+ na política e em cargos de poder contribui para diminuir as desigualdades estruturais.
Ao identificar os índices de desigualdade e provocar um debate sobre as problemáticas presentes na sociedade, a pesquisa contribui para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1, 5, 10 e 16, metas da Agenda 2030 da ONU que promovem, respectivamente, a erradicação da pobreza, igualdade de gênero, redução das desigualdades e o combate às violências.