O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se reuniu com secretários das polícias civil e militar na última sexta- feira (22) no Palácio Guanabara e decidiu suspender operações em comunidades do Rio durante a pandemia do novo coronavírus. A decisão vem após uma forte onda de protestos nas redes sociais com a repercussão negativa das mortes decorrentes de operações em maio à pandemia. O objetivo é evitar que, durante essas incursões, inocentes sejam afetados. O acordo foi estabelecido entre o governo do estado e entidades e órgãos de direitos humanos após ações que resultaram nas mortes de jovens inocentes.
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Nos últimos dias, ações da PM em duas grandes comunidades do Rio de Janeiro resultaram nas mortes de dois jovens, durante entrega de cestas básicas para moradores da região: João Vitor Gomes da Rocha, de 18 anos, morador da Cidade de Deus, na Zona Oeste; e Rodrigo Cerqueira da Conceição, de 19, morador do Morro da Providência, que fica no Centro do Rio.
Em uma outra ação policial, desta vez da Polícia Civil, o adolescente de 14 anos João Pedro Matos Pinto foi morto no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Durante uma videoconferência com representantes dos direitos humanos, o governador comentou sobre a última operação que aconteceu na Cidade de Deus, justamente enquanto acontecia um distribuição de cestas básicas na região.
“Acho que podemos realizar essa integração para que a gente possa criar maior comunicação e evitar que, no momento de uma necessidade de operação, de busca e apreensão ou ação de inteligência das polícias, haja pessoas prestando serviços humanitários nesses locais”, afirmou Witzel.
A partir de agora, é proibida operações em favelas durante ações sociais. Além disso, ficou acordado com os líderes comunitários que eles precisam avisar aos batalhões, com antecedência, quando vão ocorrer as ações sociais. A polícia militar vai acompanhar qualquer tipo de assistência social dentro das favelas.