Uma lei estadual aprovada no Amazonas reconhece, oficialmente, 16 línguas indígenas. Além do português, são reconhecidas no Estado as línguas: Apurinã, Baniwa, Dessana, Kanamari, Marubo, Matis, Matses, Mawe, Mura, Nheengatu, Tariana, Tikuna, Tukano, Waiwai, Waimiri e Yanomami. Com isso o Amazonas possui no total 17 línguas oficiais.
A Lei de Cooficialização e de Instituição da Política Estadual de Proteção das Línguas Indígenas, foi criada pelo governo do Amazonas, e aprovada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) no último mês. O reconhecimento foi comemorado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que afirma que essa atitude representa um passo fundamental para o reconhecer também a cultura indígena como parte das raízes brasileiras.
“Uma expressão da riqueza e diversidade do nosso país que foi ocultada por séculos pelo colonialismo. Junto a ela, entrou em vigor a Política de Proteção das Línguas Indígenas, que garante o direito ao pleno uso público da própria língua, dentro ou fora de terras indígenas“, disse a APIB.
“O Amazonas, a partir de hoje, tem 17 línguas oficiais. O português é só uma delas. Imaginem quão cultural, social e pessoalmente mais ricos seremos, lá na frente, quando muitos de nós aqui, ou nossos filhos, ou netos, formos capazes de nos comunicar em várias dessas línguas”, afirmou o governador do Amazonas, Tadeu de Souza.
“Haverá uma transmissão de conhecimento que nem sequer conseguimos imaginar aqui e agora. Que esse tempo não demore a chegar”, concluiu o governador.
Em Julho a Constituição brasileira foi traduzida pela primeira vez para uma língua indígena: o Nheengatu. A nova versão da carta Magna foi lançada no dia 19 de julho, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), em uma cerimônia na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Além do português, quase duas centenas de idiomas são falados no Brasil.
Leia também: População indígena quase dobra em dez anos, segundo IBGE