Oxumarê, divindade da continuidade e da diversidade é tema de novo episódio de ‘Caminhos dos Orixás’

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Foto: Divulgação

Oxumarê é o Orixá do arco-íris, o senhor dos ciclos, símbolo da circularidade e da continuidade. Sua essência se manifesta na serpente, que se enrola em torno de si mesma e forma um círculo, representando o infinito e a renovação constante da vida. A dualidade ocidental de gênero e sexualidade não encontra espaço no mundo do povo nagô, pois a palavra de ordem é a não-binaridade. O novo episódio de “Caminhos dos Orixás”, série inédita e exclusiva que vem sendo exibida no Curta!, mergulha no universo de Oxumarê, trazendo à tona sua simbologia e suas múltiplas representações na cultura nagô.

De acordo com Pai Rodney de Oxóssi, babalorixá e antropólogo, Oxumarê é a expressão dos opostos que se atraem e promovem a manutenção da vida. “Ele é o encontro do masculino e do feminino, a junção que gera a vida. Através de seus ciclos, Oxumarê representa o dia após a noite, a chuva após o sol, a renovação constante que permeia a natureza. Todas as cores do arco-íris simbolizam a diversidade, tornando Oxumarê também o orixá das diferenças que se complementam”, descreve Pai Rodney.

O episódio narra que, enquanto a cultura ocidental reconhece apenas dois gêneros, masculino e feminino, o povo nagô traz a perspectiva do metá, a terceira opção, a não-binaridade de gênero. Oxumarê, segundo o babalorixá e escritor Babá Ajalá Deré, personifica essa dualidade, sendo “simultaneamente masculino e feminino, o arco celeste da aliança e a cobra que tentou Eva no paraíso. Oxumarê transcende os polos opostos e encarna uma terceira opção. Essa não-binaridade é uma categoria intermediária que transcende os limites dos conceitos tradicionais”, explica. 

Oxumarê é considerado um orixá da riqueza, e seus filhos tendem a ser abençoados com prosperidade. No entanto, a ialorixá Mãe Darabi enfatiza que essa riqueza não se traduz apenas em acumulação de bens materiais nas mãos de poucos, enquanto muitos sofrem na miséria. Pelo contrário, a riqueza associada a Oxumarê é abrangente e compreende diversos aspectos da vida. Ela explica que é uma abundância “da saúde, da nobreza e da prosperidade que garante as necessidades básicas de todos os seus filhos. É uma riqueza que não permite a fome, a falta de moradia ou a desigualdade social”.

Foto: Divulgação

Além de Oxumarê, também são temas de outros episódios de “Caminhos dos Orixás”: Exu, Nanã, Ogum, Yemanjá, Oxóssi, Omolu Abaluayê, Oxum, Iansã, Oxalá, Ibejis, Ossain, Xangô, Ewá, Logun Edé, Iroko. A série completa pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. 

A produção é da Floresta Filmes, com direção de Betse de Paula, e foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia é na quinta-feira, 3 de agosto, às 19h30.

Quinta-feira – 03/08

19h30 – “Caminhos dos Orixás” (Série) – Episódio: “Oxumarê – a resistência da diversidade ancestral” – INÉDITOSe você olhou para o céu hoje e viu um arco-íris, agradeça, você está sendo abraçado pelo orixá da riqueza, do infinito e da circularidade. Com sua luz colorida e cristalina, Oxumarê nos presenteia com a desconstrução do gênero e da sexualidade. A dualidade de gênero não cabe na concepção de mundo do povo nagô. Direção: Betse de Paula. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 04 de agosto, sexta-feira, às 05h30 e às 13h30; 05 de agosto, sábado, às 07h30 e às 20h30; 06 de agosto, domingo, às 10h30.

Sábado, 05/08 

20h – “Balanço Black” (Série) – Episódio: “Onda”O “gênio indomável” do soul brasileiro: Cassiano. A indústria do soul brasileiro cresce no início dos anos 70 e mostra diversidade como o “soul branco” da banda Azymuth, Vanusa, Marcos Valle, Elis Regina, Ivan Lins e Artur Verocai. Em meio ao racismo da época, Toni Tornado é preso no palco cantando com Elis, e Tim Maia entra na fase “Racional”. Direção: Flávio Frederico. Duração: 26 min. Classificação: 12 anos. Horário alternativo: 06 de agosto, domingo, às 10h.

Domingo, 06/08 

20h – “Cidades Fantasmas” (Documentário)Deserto chileno, Amazônia brasileira, Andes colombianos e Pampa argentino. Quatro destinos onde as ruínas e o silêncio são o plano de fundo da jornada. Alguns de seus antigos moradores ainda guardam na memória o que viveram ali e evocam lembranças de um passado que não querem esquecer. Com um olhar contemplativo sobre o que restou, refletimos sobre o que deixamos e podemos deixar do nosso legado. Direção: Tyrell Spencer. Duração: 71 min. Classificação: Livre.

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