A pesquisa “Por mais mulheres na política”, do Instituto Patrícia Galvão e do Ipec, com apoio do Ministério das Mulheres, revelou que os brasileiros reconhecem a importância das mulheres na política, já que 9 em cada 10 (89%) querem mais candidatas nas próximas eleições, mas 78% dos brasileiros consideram que a quantidade de mulheres na política não faz diferença.
A pesquisa, realizada com 2000 entrevistados em 129 municípios, aponta que 89% dos brasileiros considera que as candidatas não são estimuladas a se interessar pelo assunto e as que o fazem são discriminadas. Já os 78% acreditam que o político deve trabalhar para toda a população, independente do gênero.

Dentre os fatores que dificultam a entrada das mulheres na política, 41% dos entrevistados acreditam que o principal motivo seja por elas sofrerem assédio/ataques machistas dentro e fora dos partidos.
Praticamente todos os participantes (96%) disseram que votariam ou poderiam votar em mulheres candidatas. A maior capacidade de organização e a visão de que as mulheres devem participar da vida pública e das decisões políticas destacam-se como as principais razões para se votar em uma mulher, diz a pesquisa.
Dentre as razões para não votar nelas, 1⁄4 da amostra acredita que o ambiente político é muito agressivo e competitivo e que as mulheres são mais emotivas. Em comparativa com o total, os nordestinos são a parcela que mais consideram o ambiente competitivo e agressivo e que elas não aguentam a pressão. Já o Sudeste e entre quem se autodeclara branco é mais expressiva a proporção que não cita nenhuma razão específica para não votar em mulheres, aponta.
Em relação as cotas mínimas de candidaturas femininas, 59% são favoráveis à sua existencia, sendo as mulheres mais favoráveis que os homens. A favorabilidade é maior nas regiões Norte/Centro-Oeste e Nordeste do país. Segundo a pesquisa, embora não seja estatisticamente significativa, a favorabilidade é
um pouco maior entre pessoas pretas e pardas na comparação com as brancas. A maioria dos que são contra as cotas alega que homens e mulheres devem concorrer em igualdade; os demais não acreditam que as cotas funcionem.
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