8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país entre 2022 e 2023, diz IBGE

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País atingiu menor nível de pobreza e extrema pobreza desde que IBGE registra os números

Cerca de 8,7 milhões de pessoas no Brasil saíram da linha da pobreza e 3,1 milhões da extrema pobreza. É o que diz a Pesquisa síntese de Indicadores Sociais 2024, que traz dados que mostram a diminuição da pobreza e extrema pobreza entre 2022 e 2023. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra os níveis de pobreza desde 2012. A diminuição da pobreza ocorreu justo em um ano que se teve aumento do gasto público, aumentando renda da população mais pobre.

Atualmente, 27,4% da população, ou seja, 59 milhões de brasileiros, ainda vivem na linha da pobreza e 9,5 milhões vivem na extrema pobreza (4,4%). A regra adotada para medir os níveis de pobreza é definida pelo Banco Mundial. Quando uma pessoa tem renda diária abaixo de US$ 6,85, por volta de R$ 665 por mês, se considera que ela está em situação de pobreza. É considerada em situação de extrema pobreza a pessoa que receba menos de US$ 2,15 por dia (R$ 209 mês).

Cerca de 8,7 milhões de pessoas no Brasil saíram da linha da pobreza e 3,1 milhões da extrema pobreza, diz síntese de Indicadores Sociais – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo.

Pobreza por gênero, raça e região

Negros e mulheres são os mais pobres. Os números mostram que 28,4% das mulheres e 26,3% dos homens tão na linha da pobreza. Enquanto 4,5% das mulheres e 4,3% dos homens estão na extrema pobreza.

Apenas 17,7% das pessoas brancas são atingidos pela pobreza, já os pardos e pretos representam 35,5% e 30,8% respectivamente. Os pardos são 6% das pessoas em extrema pobreza, os pretos 4,7% e os brancos 2,6%.

Segue a distribuição por região de pobreza e extrema pobreza em números percentuais:

Nordeste: 47,2% e 9,1%

Norte: 38,5% e 6%

Sudeste: 18,4% e 2,5%

Centro-Oeste: 17,8% e 1,8%

Sul: 14,8% e 1,7%

Diminuição da pobreza ligada ao aumento do gasto público

O ano referido pela pesquisa é marcado por aumento do gasto público e principalmente dos gastos sociais. Esse aumento que gerou aumento da renda dos mais pobres veio somente no ano eleitoral, no fim do governo do inelegível ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro que por 3 vezes descumpriu o Teto de Gastos (regra fiscal que limitava o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior, por um período de 20 anos).

O governo enviou ao congresso uma PEC que criava uma série de benefícios sociais, como aumento do Auxílio Brasil de R$400,00 para R$600,00 por mês , o bolsa-caminhoneiro R$ 1 mil por mês, bolsa-taxista que era de R$ 200,00 por mês e um vale gás de R$120 a cada dois meses. O gasto com os benefícios foi cerca de R$ 41 bilhões.

O valor de 41 bilhões que ajudou os mais pobres representa um investimento de apenas 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB), mas apesar disso o então ministro da economia apelidou a PEC de “PEC Kamikaze”, por entender que que investir tal quantia seria ruim para as contas públicas. Em 2023 o Brasil pagou aproximadamente R$ 649 bilhões em juros da dívida pública. Isso representou cerca de 6% do PIB do país.

Cerca de 94% dos detentores de títulos da Dívida Pública são as empresas (bancos e fundos de investimento) e apenas 6% são os CPF, trabalhadores comuns. Segundo o site Tesouro Nacional Transparente, que é responsável por divulgar os dados da Dívida Pública, 99% da dívida brasileira é formada por títulos públicos.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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