Um estudo lançado na última quinta-feira (16), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mostra que os impactos da pandemia na educação de crianças e adolescentes brasleiros, ainda não foram recuperados. Mais de 619 mil crianças e adolescentes estão em privação extrema da educação, ou seja, que não frequentam as escolas no país.
As informações são do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, do Unicef, que se baseia também na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de crianças de 8 anos que ainda não sabem ler ou escrever, aumentou notavelmente de 2019 a 2023. Nesse mesmo período, as privações extremas de educação foram as mais estáveis e decrescentes, partindo de 1,6%, em 2019, e diminuindo para 1,2%, em 2023. Enquanto índices de privação total, foram de 7,1% em 2019, chegando a 8,0% em 2021 e estabilizando em 2023 em 7,7%.
Crianças com atraso ou fora do ambiente escolar, são em sua maioria negras. De 2019 a 2023, houve um aumento da desigualdade racial no indicador de analfabetismo. Da mesma forma, crianças onde a família tem menor renda e são pertencentes às famílias mais vulneráveis, também vivem o impacto negativo na interrupção das suas educações em pelo menos 15,6%.
O Governo Federal em 2023, criou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, com o objetivo de garantir o direito à alfabetização na idade certa e também recuperar o processo de aprendizagem de crianças do 3º, 4º e 5º ano que foram afetadas pela pandemia.
A pesquisa aponta indicações de “progressos significativos”, principalmente nos últimos dois anos. A taxa de analfabetismo caiu de 29,9% para 23,3% de 2022 a 2024 entre crianças de 8 anos. E entre as de 9 anos, a taxa diminuiu de 15,7% para 10,2%, neste mesmo período.
O estudo diz que há indicações de “progressos significativos”, nos últimos dois anos. A taxa de analfabetismo entre crianças de 8 anos caiu de 29,9%, em 2022, para 23,3%, em 2024. Entre as crianças de 9 anos, houve uma redução de 15,7%, em 2022, para 10,2%, em 2024.
“Sabemos que na educação, leva-se muito mais tempo recuperar os impactos. Então, essa faixa é a que mais sofreu e os dados mostram realmente a importância de que se façam políticas mais focadas e se fortaleçam as que estão sendo implementadas”, diz Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do Unicef no Brasil.
“[…] “É urgente que se tenha políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter o problema do analfabetismo e retomar essa aprendizagem […]”, completa Liliana.
Confira o estudo na íntegra aqui.
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